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Comportamento

chinesa com coelho

Mídia dardeja (contra) o vegetarianismo - Paula Brugger

jornalista_das_cavernasA grande mídia tem expressado recentemente, de forma efusiva, o que parece ser o receio de uma parcela da sociedade: a possibilidade de as dietas vegetarianas se difundirem. E, para tanto, contra-ataca.

Entre o fim de março e o início deste mês de abril de 2011, foram publicadas pelo menos três matérias na grande imprensa que, se não tiveram o propósito de denegrir o vegetarianismo em suas diversas formas, conseguiram, pelo menos, confundir os leitores no que tange à viabilidade e aos benefícios de tais dietas. Seriam matérias pagas? Ou apenas sem fundamento, isto é, escritas por pessoas ignorantes no que toca às dietas vegetarianas? Não sabemos. Mas, qualquer que seja a resposta, é impossível não lembrar a máxima: a ignorância é vizinha da maldade.

Das três matérias citadas antes, duas foram publicadas na Revista Época, em março de 2011 [1]. Em uma delas, intitulada “Agora sou vegetariana” [2], a autora, Cristiane Segatto, apresentada pela revista como “repórter especial, que escreve sobre medicina há 15 anos e ganhou mais de 10 prêmios nacionais de jornalismo”, lamenta a decisão de sua filha de 10 anos de (tentar, pois foi impedida por ela!) aderir à dieta vegetariana. Escreveu a autora em tom melodramático: “Meu mundo caiu quando minha filha de 10 anos disse isso. Onde foi que eu errei? Onde eu estava quando esses pensamentos tortos começaram a entrar na cabecinha dela?” “Quem a salvaria de tal sandice?”, entre outras bobagens.

A matéria, até então, já estava bastante mal encaminhada, mas a autora parece ter feito questão de deixá-la ainda pior. Embora tenha reconhecido que se preocupar com os animais era uma coisa bacana por parte da sua filha, concluiu seu (des)informativo texto afirmando que (sic), “infelizmente, ter uma alimentação restrita não é saudável. Como humanos que somos precisamos comer carne para ter todos os nutrientes necessários para a nossa saúde”.

É interessante destacar que a autora menciona o trabalho sério e competente do Dr. Eric Slywitch, da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), mas preferiu acreditar nas velhas fórmulas sem respaldo científico, repetidas ad nauseam por médicos que não estudaram o assunto. De fato, não só resolveu não dar crédito à valiosa opinião do Dr. Eric, mas deixou de consultar fontes importantes e até conservadoras, como a American Dietetic Association (ADA), que, em seu Journal of the American Dietetic Association, de julho de 2009, volume 109, número 7, assegura a viabilidade das dietas vegetarianas, incluindo as veganas, em todas as fases da vida, e até para atletas [3]. Isso apenas para citar um exemplo de um documento respaldado por inúmeros estudos (são cinco páginas só de referências bibliográficas) e que teve o aval de diversos pesquisadores que, ao contrário da maior parte dos médicos e nutricionistas ativos no mercado de trabalho, estudaram o assunto. E nem vou entrar na seara dos malefícios, também comprovados, que envolvem a ingestão de carne. Fico por aqui, no caso dessa matéria.

A outra, também da Revista Época, intitulada “Quem inventou o cachorro vegetariano?”[4], de Mario Marcondes, veterinário, diretor clínico do Hospital Veterinário Sena Madureira, trata da possibilidade de oferecer dietas vegetarianas a animais como cães, o que em princípio parece bem intencionado. Mas ela contém algumas impropriedades e argumentações esdrúxulas que tem início já na chamada para a matéria, onde se lê:

“A moda de negar carne a animais carnívoros mostra que a humanização (cada vez maior) dos bichos domésticos não tem limites – e pode prejudicá-los”.

Em primeiro lugar, não se trata de moda, e sim de preocupação de cunho ético. Em segundo lugar, não se trata de humanização, ou antropomorfização (como depois o autor diz no texto), no sentido de compulsão de imputar atitudes e sentimentos humanos aos animais, como é o caso, isso sim, de roupinhas, laços de fita e outros adornos que muitas clínicas veterinárias adoram vender (também mencionados no texto, mas de forma a dar a entender que estão no mesmo patamar das atitudes de cunho ético). E, por último, ressaltar que tal prática (o vegetarianismo) pode prejudicá-los, em vez de beneficiá-los (quando o próprio autor cita exemplos de benefícios no texto).

A matéria expõe também alguns contextos de interações dos humanos com os cães, muitas das quais maléficas para eles, bizarras, ou antiéticas em algum sentido, como é o caso da cadela Laika, enviada como “heroína” (sic) para morrer em uma expedição espacial famosa, ou o de Lassie, uma cadela da raça rough collie treinada para divertir os humanos na indústria cinematográfica. O texto cita ainda contextos questionáveis ou bizarros, como uma herança milionária recebida por um cão maltês e um velório de uma cadela da raça west white highland terrier.

Todavia, o que mais chama a atenção é o “silêncio” no que concerne aos malefícios das rações com carne, teoricamente adequadas para esses animais, muitas das quais são de péssima qualidade. Se algum leitor se sentiu compadecido ao ler que alguns carnívoros foram/ estão sendo obrigados a ingerir uma dieta vegetariana, lembro que, nos casos das rações de má qualidade, os pobres animaizinhos são igualmente forçados a ingerir um alimento que não escolheram, e que tampouco conta com qualquer garantia em termos de co-evolução. Concordo que tem gente estúpida o suficiente para obrigar seu cão ou gato a manter uma dieta vegetariana não-balanceada (assim como fazem consigo mesmos, para depois alegarem que a dieta não é saudável) e, com isso, causar prejuízos à saúde do animal. Nesse sentido, vale o questionamento. Mas não abordar a questão dos perigos das rações que contêm carne é, no mínimo, estranho (talvez alguns anunciantes de tais revistas não tenham permitido tal questionamento).

Como no caso da matéria anterior, muito ainda poderia ser dito. Mas encerro comentando um argumento do autor de que um animal da ordem Carnivora não poderia ou deveria ser convertido a uma dieta vegetariana: os pandas, por exemplo, comedores de bambu, também pertencem à ordem Carnivora. Mas parece que evoluíram com o tempo (he,he).

O terceiro texto, sobre o qual teço um rápido comentário, foi publicado na prestigiada Folha de São Paulo [5] e o autor, Ricardo Lísias, é doutor em literatura brasileira pela USP e escritor.

A “chamada” para a matéria diz que o escritor, que encarou quatro dias de “ecologista radical”, conta que se sentiu fraco com a dieta vegana (sic), além de não ter topado fazer xixi só no banho.

Essa talvez seja a pior matéria entre as três. O autor ensaia um estilo pretensamente divertido ao escrever, mas seu humor é pesado, como diriam os franceses. Sem falar na profusão de boçalidades que ali capeiam soltas.

Para começar, feliz será o dia em que os ecologistas que se autointitulam radicais, ou rotulados como radicais por outras pessoas, forem veganos. Eu, pessoalmente, não conheço nenhum! E, pasme o leitor, sou professora de um departamento de Ecologia de uma universidade federal. De fato, não há nada mais irreconciliável do que ecologistas radicais (sic) e veganos, já que estes últimos são geralmente movidos pela ética dos direitos dos animais, um assunto considerado menor, ou até risível, por parte dos tais ecologistas do naipe citado pelo autor. Mas aqui reconheço que Ricardo Lísias pode ter feito um favor aos animais: associar os ecologistas – quase todos churrasqueiros inveterados – à dieta vegetariana, algo que seria coerente.

O autor comete injustiças e afirma diversas inverdades e informações equivocadas quanto à dieta vegana. Uma das primeiras foi a de que almoçou 750 g de alimento exclusivamente vegetal e não ficou satisfeito, além de reclamar (diversas vezes no texto) que ficou irritado, com medo de enfraquecer, etc. Além de ser muito estranho alguém enfraquecer tão rapidamente em decorrência de uma dieta vegana conduzida num período tão exíguo (quem sabe o autor já estava com a saúde debilitada ao tentar a dieta nova?), a primeira e óbvia pergunta que se coloca é se seu prato estava composto de forma correta, sobretudo em termos calóricos. Todos nós concordamos que pratos pouco calóricos não saciam a fome. Mas não está escrito em lugar nenhum que a dieta vegana tem que ter um baixo conteúdo calórico. Talvez desconfiado de que possa ter sido essa a causa da sua fome, o autor diz que preparou uma “feijoada vegetariana” que ficou um horror (o autor foi, contudo, salvo por uma banana com quinua – ufa!). Ora, mais uma vez, a cozinha vegana não pode ser culpada pela baixa performance culinária de alguém que não conhece minimamente o assunto. Aliás, nem precisa conhecer. Basta bom senso e boa vontade. Até cozinheiros preguiçosos e sem expertise, como eu, conseguem preparar um prato rápido com massa à base de sêmola e cortes finos de abóbora passados no alho e no azeite de oliva, numa panela de ferro. Pode-se adicionar meia dúzia de castanhas, se houver em casa, ou não. Um prato assim não precisa (nem deve!) pesar 750g, repõe as energias e sacia a fome, mesmo voltando de um treino de Kung Fu de uma hora e meia!

Mas o autor não abandona seu pacote de maldades contra o veganismo: se pergunta se não haveria algum fetiche no vegetarianismo radical (ele parece não compreender as motivações de cunho ético subjacentes à questão), e insiste que a dieta vegana (apenas em seu segundo dia!) está mexendo (negativamente, bem entendido) com ele: se sente irritado e se pergunta se poderá ficar burro? Essa foi uma pérola e tanto! De fato, já ouvi um argumento semelhante por parte de uma pessoa pouco instruída, mas confesso que me surpreendi no caso do doutor Ricardo. Vale salientar que, como no caso anterior – o de “ficar fraco” - o questionamento deve se remeter a um tempo anterior ao da dieta vegana por ele adotada naquele período exíguo. E, no caso, eu usaria a palavra “estúpido” em lugar de “burro”, por ser essa última uma expressão especista que denota a dicotomia cultura-natureza, muito presente mesmo nos meios intelectualizados.

O autor finaliza seu diário com mais uma série de afirmações bobas, como dizer que sonhou com um boi que, mesmo abatido, continuava gritando com ele, e com uma horta que o atacou, o que o fez se sentir ridículo (nisso eu concordo!). Isso, sem explorar outras passagens infelizes como a que ele expõe, sem pudor, seus preconceitos para com os chineses.

Para terminar, ele encerra a tola peça jornalística com aquelas clássicas afirmações típicas de pessoas totalmente desinformadas acerca dos motivos que movem o veganismo, tais como: “Não acho cruel extrair leite de um animal para consumo” e, “até o ovo?”, como se tais “produtos” fossem resultantes de cadeias produtivas ética, política e ecologicamente corretas. Por último, ainda diz que o veganismo é caro. É claro que, se frequentarmos somente restaurantes elegantes, ou se a parte mais expressiva de nossos pratos for composta por produtos como tofu, nozes macadâmias e cogumelos, o preço da refeição vai subir. Mas, de novo, em nenhum lugar está recomendado que as refeições veganas tenham que ter tais ingredientes. Num bom e barato “sacolão” (feirão de legumes e vegetais), é possível encontrar ingredientes para preparar pratos maravilhosos e nutricionalmente adequados.

Embora o autor tenha pretensamente tentado aderir à dieta vegana, entre outras atitudes ecologicamente corretas, no que se refere ao veganismo, sua tentativa poderia ser equiparada à de alguém que tenta fazer um churrasco (para situar a questão num contexto bem conhecido) jogando a carne - sem sal e com plástico e tudo - em cima de uma grelha. Também não daria certo.

Concordo com o teor da última frase do autor (embora não com o sentido expresso no texto), de que o problema urgente é a fome. Sim, a fome de toda a humanidade e dos indefesos animais predadores de topo poderia ser saciada, caso adotássemos uma dieta vegana. Ah, sim, esqueci que o autor não entenderia qual é a conexão entre as questões que acabo de afirmar. Explico: se não devastássemos tantos ecossistemas naturais - habitats de tais animais e de tantas outras espécies - para plantar grãos (commodities) para dar continuidade à pecuária, poderíamos acabar com a fome no planeta: a dos humanos (de forma direta) e a dos predadores de topo (ao garantir acesso aos seus territórios).

Já disse isso uma vez, mas repito: é lamentável que, na chamada era da informação e do conhecimento, sejam publicadas matérias eivadas de afirmações equivocadas, ultrapassadas e sem respaldo científico no que tange à saúde humana (tanto individual quanto pública), animal e planetária. É ainda triste constatar que os principais meios de comunicação sejam acríticos ou coniventes com matérias que não apenas atrasam a construção de um mundo mais sustentável nos planos ético e ambiental, mas, de fato, obstruem quaisquer avanços em todos esses planos. Quem escreve tais matérias são, teoricamente, pessoas de alto gabarito intelectual que têm nas mãos meios de comunicação que atingem um grande número de pessoas. Mas elas andam sem freios: podem escrever qualquer coisa, uma vez que não há quem as questione (ou será que esses conteúdos vêm ao encontro do que almejam os grandes anunciantes de tais revistas?).

Enfim, como disse um ilustre colega da UFSC, “depois de o veganismo (frente à grande mídia) ter subido de ´elevador´ através dos Obama [6], os veganos tinham que ser chamados à terra”... Haja paciência!

Agora, por favor, me deem licença que estou saindo para meu treino de Kung Fu (sim, veganos têm muita energia para gastar!). Permitam-me desfrutar desse oásis repositor de boas energias, num mundo onde pululam contextos repletos de aleivosidades, ignorância e más intenções.

Notas:

1. Não é meu objetivo aqui fazer uma análise sistemática das três matérias jornalísticas citadas antes, mas apenas comentar alguns trechos.

2. http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI221142-15230,00-AGORA+SOU+VEGETARIANA.html

3. No original (p.1266): It is the position of the American Dietetic Association that appropriately planned vegetarian diets, including total vegetarian or vegan diets, are healthful, nutritionally adequate, and may provide health benefits in the prevention and treatment of certain diseases. Well-planned vegetarian diets are appropriate for individuals during all stages of the lifecycle, including pregnancy, lactation, infancy, childhood,and adolescence, and for athletes.

4. http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI221339-15228,00.html

5. Folha de São Paulo, Diário de um ecochato; Cotidiano; domingo, 17 de abril de 2011. http://consciencia.blog.br/wp-content/uploads/2011/04/foia-alfacista.jpg

6. Referência ao fato de a primeira-dama estadunidense Michelle Obama ter solicitado uma dieta vegana quando da vinda da família Obama ao Brasil, em março de 2011.

 

Paula Brügger é professora do Deptº de Ecologia e Zoologia da UFSC. É graduada em Ciências Biológicas, possui especialização em Hidroecologia, mestrado em Educação - Educação e Ciência, e doutorado em Ciências Humanas - Sociedade e Meio Ambiente. Ministra as disciplinas Biosfera, sustentabilidade e processos produtivos, e Desenvolvimento, Tecnologia e Meio Ambiente na graduação, e Gestão da Sustentabilidade na Sociedade do Conhecimento no Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento. É autora dos livros “Educação ou adestramento ambiental?”, em terceira edição,  e “Amigo Animal – reflexões interdisciplinares sobre educação e meio ambiente”. Coordena o projeto de educação ambiental “Amigo Animal”, oferecido para as escolas da rede municipal  como tema transversal. Atua principalmente nos seguintes temas: educação ambiental; interdisciplinaridade e paradigmas de ciência; desenvolvimento sustentável; relação dos seres humanos com os outros animais como relação sociedade-natureza.

Fonte: www.vegetarianismo.com.br/

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Minha transição para o veganismo

transicao para o veganismo

Nasci em uma família ovolactovegetariana (olveg). Os olvegs não comem nada de carne, nem vermelha e nem branca. Também não comem, ou não deveriam comer, aquilo que leva animais mortos (caldos de carne, gelatinas, queijos feitos com coalho animal, salgadinhos feitos com banha, etc.). Mas os olvegs comem ovos, leites e os derivados deles. E, por isso, eu diria que não é tão difícil ser olveg, pois é relativamente fácil encontrar salgadinhos de queijo, doces, biscoitos e pratos diversos que se enquadrem na categoria.

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Grávida e vegan

gravida_e_veganaUm monte de gente me pede para escrever sobre gravidez e veganismo. Demorei 9 meses para fazer isso porque eu simplesmente não via nada demais em estar grávida e ser vegan! Essa é minha dieta e estilo de vida há mais de 10 anos, e acho que estou tão acostumada às suas implicações que a gestação só mudou para mim o que mudou para todas as outras gestantes: maior preocupação em ser saudável, restrição a alguns tipos de alimentos (tipo cafeína), aumento na quantidade de outros (tipo couve), comer chocolate para sentir o bebê mexer, e assim por diante. Eu simplesmente não sabia o que escrever, então decidi DEScrever minha experiência. Espero ajudar outras veganas barrigudas!

Informação foi o que me fez virar vegan e, ao mesmo tempo, o veganismo me fez ir atrás de mais informação ainda. Desde sempre li muito a respeito; participei de congressos; vi filmes e documentários; pesquisei na internet. Isso resultou numa enorme mudança de hábitos: antes eu costumava jantar um prato de arroz, feijão, hambúrgueres, ovo frito e bacon. Passei a me preocupar mais com o que comia, primeiro para evitar ingredientes de origem animal (sou vegan por motivos éticos), depois para encontrar maior diversidade e variedade, finalmente para ser mais saudável. Incluí na minha dieta uma porção de frutas, verduras, legumes, sementes, nozes, cereais, leguminosas, castanhas e temperos para os quais eu torcia o nariz antes (mas coentro, algas, pimentão e quiabo continuaram de fora – simplesmente não descem!). Comecei a cozinhar e a descobrir pratos, culinárias e ingredientes, e a ir à feira e ao mercado com outros olhos. No começo, a preocupação era com a proteína, até que este mito caiu e o mundo vegano descobriu que o problema é na verdade a vitamina B12 – ao que parece, o único nutriente impossível de se encontrar exclusivamente em fontes vegetais (só de origem animal ou sintética). Nessa época, acreditava-se que dava para conseguir B12 em levedura de cerveja e em algas, mas estudos demonstraram que se trata de um análogo da vitamina, que não a substitui. Bom, com tanta informação, atividade física e hábitos saudáveis vieram de brinde quase que automaticamente, como complementos da dieta vegana (não é à toa que o pôster no consultório do meu médico tem, além de diversos alimentos, uma mulher praticando yoga e um sol – luz também é importante, e não é porque eu acho que podemos viver dela ou qualquer outro motivo ‘new age’ – é para o corpo produzir vitamina D mesmo).

Falando no médico, cerca de dois anos antes de engravidar decidi procurar um nutrólogo (médico especializado em nutrição) para ver se estava tudo bem comigo, principalmente em relação à B12, e em busca de orientação sobre como balancear melhor a alimentação. Na época ainda não planejava ser mãe, nem tinha qualquer sintoma ou problema de saúde – simplesmente achei que seria bom fazer um check up. E que check up! A primeira consulta durou umas 2 horas: ele perguntou tudo sobre meu histórico de saúde e hábitos de vida, fez a bioimpedância (que mede água, massa magra e gordura corporal, entre outras coisas) e me pediu muitos exames de sangue. Voltei algum tempo depois com os resultados e aí começamos a tentar deixar as coisas em ordem: dá-lhe injeção de B12, gotinhas e cápsulas de vitaminas. Descobri que também estava com carência de vitamina D, depois de anos morando na cidade da garoa e cultivando uma branqueleza impecável, e precisava de um reforço em alguns nutrientes (zinco e cálcio, por causa da vitamina D). Ficamos nessa um bom tempo: exames, suplementação, mudança de hábitos, até conseguir chegar num equilíbrio. Minha B12, por exemplo, só melhorou com uma super dose diária via oral – as injeções não foram tão bem absorvidas pelo meu organismo.

Depois de quase 2 anos, saí satisfeita do consultório dele: finalmente tinha conseguido balancear quase tudo! Agora era só fazer a manutenção com alimentação balanceada e a suplementação normal de B12 e vitamina D, que estava no limite mínimo e poderia prejudicar a absorção e retenção do cálcio. Eu estava com os nutrientes em ordem, praticando atividades físicas (yoga e corrida) e levando uma vida saudável (dentro do que São Paulo permite, é claro!).

Essa época coincidiu com minha decisão de engravidar. Além do controle do nutrólogo, outro que sempre mantive em dia é o da ginecologista: minha mãe teve câncer de mama e faço parte do grupo de risco, então nunca deixei isso atrasar. Felizmente, tudo estava em ordem da parte da GO também! Já comecei a tomar um multivitamínico para grávidas (o Materna) enquanto terminava os últimos suplementos do nutrólogo (que já tinha passado ácido fólico nesta última leva) e trancava as camisinhas na gaveta (por causa do risco do câncer, tive que parar de usar anticoncepcional aos 26 anos, depois de 10 anos de pílula). Conseguimos o resultado positivo no primeiro mês de tentativas!

Sei que estar com tudo em ordem antes me ajudou a engravidar facilmente e a ter uma gestação vegana tranqüila. E por ‘tudo em ordem’ não me refiro só à parte clínica, mas também aos hábitos saudáveis de alimentação e prática de atividade física. Arrisco dizer que ser vegan, ativa e saudável me ajudou a não sofrer ou sofrer menos os vários efeitos colaterais da gravidez: escapei das estrias, de vomitar (mesmo ficando enjoada, não coloquei nada pra fora nenhuma vez), de ficar inchada, da prisão de ventre, de ganhar peso demais e de sofrer dores insuportáveis na coluna. Com exceção dos ataques de pânico de mãe de primeira viagem, tive uma gestação bem sosseada. Escutei o tempo todo que ‘o pior ainda está por vir’, mas o pior não chegou nunca: escrevo este texto às 38 semanas de gestação sem praticamente ter passado por nada disso. E minha bebê se desenvolveu bem: ela estava sempre um pouco acima da média de meninos, ou seja, comprida e gorducha, mas sem sair do que é considerado saudável (e eu me lembro de ter que explicar para outra grávida do meu trabalho que mesmo continuando ‘sem comer nada’ – oi? – não faltariam nutrientes para a minha filha). Confesso que só saí perdendo no quesito ‘gases’: afinal, uma dieta vegan tem muitas fibras, o que faz o intestino funcionar melhor, o que enriquece a flora intestinal, o que significa mais bactérias produzindo mais gases…

Tive a sorte também de ter o acompanhamento de uma excelente ginecologista e obstetra, um atencioso especialista em medicina fetal (que fez todos os US) e, é claro, mantive as consultas com o nutrólogo. Logo que engravidei, voltei nele – que, além da Materna, me passou mais ferro, mais B12 e mais vitamina D (estávamos em pleno inverno), já prevendo o que o bebê iria sugar de mim e que eu teria dificuldades de repor só com a alimentação, ainda mais com os enjôos do primeiro trimestre. No meio da gestação, novo controle: desta vez focando no ferro e no cálcio (e mantendo a B12 e a vitamina D), antecipando a perda de sangue do parto e o que vai embora na amamentação. Também optei por suplementar o óleo de linhaça com cápsulas manipuladas, porque durante a gravidez simplesmente tomei pavor do sabor da semente e do óleo para temperar a comida, e esta é uma importante fonte vegetal de ômega 3 e 6.

Uma vez o marido, vendo minha coleção de potes de vitaminas em cima da cômoda, brincou que era ‘mais fácil comer carne’. A verdade é que toda gestante, vegana ou não, precisa de suplementação. No meu caso, acho que ela foi ainda mais completa (com o cálcio e a vitamina D) por causa de uma deficiência anterior que ainda estava sendo tratada e porque eu fiz um acompanhamento minucioso e detalhado com um médico especialista em nutrição. Já cansei de ouvir gestantes onívoras reclamando do enfraquecimento dos dentes, por exemplo, sinal de perda de cálcio; elas provavelmente não sabem que estão com este problema porque não o investigam, como eu fiz. Um pré-natal bem feito, o que não se resume à questão nutricional, mas também à ginecológica e obstétrica e à fetal, é essencial. Afinal, desde que nasça com saúde, no que vier depois a gente se vira: como diz minha mãe, onde comem e vivem dois, comem e vivem três.

Fonte: http://diariodeumagravidez.wordpress.com/2010/03/07/gravida-e-vegan/

 

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Eu amo os animais

por Vera Ghimel

polar-bearAssisti comovida ao documentário sobre a vida e a morte de Timothy Treadwell, um americano que passou 10 anos de idas e vindas ao Alaska para proteger os ursos. Ironicamente foi morto por um deles, em 2003, juntamente com a sua companheira que tinha medo deles. Seus amigos mais próximos de acampamento foram as raposas (mãe e filhotes), além dos ursos que sempre protegia contra a curiosidade e a desumanidade dos seres humanos. Supostamente o urso que o matou fora o que os guardas do local de preservação derrubaram com um forte tranquilizante para marcá-lo. No meu entendimento, esse fato foi suficiente para que este animal não mais quisesse proximidade com os humanos. Timothy o filmou poucas horas antes de morrer. Seus últimos momentos foram gravados em áudio, pois não houve tempo para retirar a tampa da lente da filmadora. Dizia ele que iria protegê-los mesmo que precisasse morrer por isso. E assim foi.

Identifiquei-me imediatamente com ele, embora não tivesse a coragem que ele teve. Mas entendi o seu amor por aqueles animais que ali estavam tentando sobreviver num habitat sem muitos recursos naturais. Já não havia peixes em abundância.

Estamos matando o planeta. Os sinais já estão mais do que visíveis com tudo o que já acontece no mundo. Eu poderia fazer uma lista quilométrica de tudo de errado que os humanos estão fazendo, mas prefiro falar do que podemos fazer para começar a reverter a situação.

A primeira medida, em caráter de urgência, é implantar definitivamente, como matéria obrigatória em todas as escolas desde o maternal até o último estágio na Universidade, a disciplina “AMOR À NATUREZA”. Mas com seriedade e não como vejo em algumas escolas onde essa aula é ir para um laboratório dissecar sapo ou encher uma sala de plantas e bichinhos para depois constatarem que nas férias de julho, não havia ninguém pra cuidar e morreram todos.

É parar de achar normal e se indignar quando a TV mostrar bichos fazendo “gracinhas” vestidos com roupas de humanos para distrair os telespectadores. Parar de ir aos circos que ainda teimam em usar animais, cruelmente treinados, para ganhar dinheiro com isso. É parar de dar bicho de estimação a uma criança sem que ela esteja preparada para tê-lo e muito menos os pais, aumentando ainda mais a fila de abandonados na porta da SUIPA, como se não bastassem as centenas que já existem lá.

Os animais vieram para esse planeta com algumas missões e provas, mas certamente tortura, desprezo e desrespeito não estão incluídos nelas. Muitas vezes, como ser humano, sinto vergonha, pois não reconheço nenhuma superioridade em nossa raça quando vejo acontecerem coisas assim. Soube pelos jornais que muitas pessoas viajaram deixando os seus animais domésticos dentro de seus apartamentos uivando, depois de muitos dias de solidão e de fome. Sinto vergonha, pois deveria haver leis mais rigorosas quanto aos maus-tratos e ao abandono aos que só nos demonstram amor.

Se há desprezo por aqueles que nos acompanham com total dedicação e afeto, o que pensar sobre a sorte dos chamados “animais selvagens”, que sempre sofrem a perseguição de caçadores que colocam suas cabeças como troféus em suas salas ou os capturam para comércio...

Pobres seres humanos! Quão pequenos somos diante de tanta grandeza e beleza da natureza! Como precisamos aprender com eles se quisermos reverter o quadro ruim que a cada dia se aproxima mais e mais! Pobres humanos que ainda estão longe de sua ascensão, enquanto não acordarem para a grandeza dos animais!

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Vera Ghimel
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Texto revisado por Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Fonte: somostodosum.ig.com.br

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Familiares reunidos em torno da mesa

familiares em torno da mesaTamara Bauab Levai

“[...] Palavra tristeza/Aqui na mesa/Para o deleite de vossa alteza [...]”

(Seychelles – À face do tempo)

Familiares reunidos em torno da mesa, com sentimentos híbridos de amor, obrigação, costume, e outros tantos. Pai, mãe, filhas, filhos, noras, cunhado, prima, namorada da prima, neto...

Uma criança pequena, ainda não totalmente civilizada, pergunta inocentemente porque o prato à sua frente tem olhos, boca e está sendo despedaçado pelo avô.

“Penso que não cegamos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo não vêem.” - J. Saramago - Ensaio sobre a cegueira.

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A Liga Extraordinária dos terroristas gentis

capitao-paul-watsonDescobri ter sido recentemente listado pelo Japão em um novo exclusivo clube. Um clube em que eu tenho um considerável orgulho de ser membro.

Eu não fui informado de que havia sido incluído até algumas semanas atrás, quando estava pronto para embarcar em um avião em Vancouver rumo à San Diego. Eu estava fazendo o check-in e dei meu passaporte americano para o oficial de segurança americana no balcão dos EUA no aeroporto de Vancouver.

Ele passou meu passaporte na maquininha que lê os sinais da tarja eletrônica do passaporte e, de repente, seus olhos se arregalaram e ele começou a olhar algo na tela do computador.

“Sr.” – ele disse, olhando para mim seriamente- “venha comigo, por favor”. Ele me acompanhou até uma salinha e me mandou sentar em um banco.

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Os animais e seus homens

vacaUma concepção biocentrista de um (nem tão) novo movimento propõe repensar os caminhos que nos levaram a entender a vida de animais como produtos passíveis de compra e descarte

Qual a diferença entre seu hambúrguer e seu cachorro? Aliviar a dor de uma cobaia que em breve terá ácido jogado em seus olhos, torna o procedimento justificável? Os especialistas ouvidos pela edição de hoje do Caderno G Ideias discutem o que faz com que os animais tenham direitos, os limites da intervenção humana e os efeitos que colhemos com nossa relação pouco saudável com os animais. São estudiosos que dedicam sua vida a criar novas fronteiras na filosofia e na ética, tirando do homem o centro gerador dos valores e focando na vida, entendendo o ser humano apenas como mais um animal neste imenso bioma chamado Terra.

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Ironman Vegano

imagem-atleta vegano - Daniel Meyer - praias_e_trilhas_2008

A verdade é que, apesar de estar com muita vontade de participar desta corrida, eu já havia me programado para não corre-la, já que ela aconteceria duas semanas após o K42 em Bombinhas SC, uma maratona de montanha em que eu já estava inscrito. Porém, uma semana depois desta maratona de montanha eu estava me sentindo muito bem e, então, na terça-feira que antecedeu a 6ª Volta de São Francisco do Sul 90 km eu assisti um vídeo do Desafio Praias e Trilhas 84 km, prova que eu havia vencido ano passado (2008), e enquanto as imagens passavam em minha cabeça, eu me via cada vez mais, tomado por uma enorme vontade de correr os 90 km em São Chico. Só havia um problema, as inscrições já haviam acabado há muito tempo, mesmo assim mandei um e-mail para a organização praticamente implorando que me deixassem competir, por que eu queria muito correr. Logo recebi a resposta de que eu era um cara de sorte (como se eu já não soubesse), pois um atleta havia desistido e eu poderia assumir o lugar dele. Resumindo, eu decidi correr na terça feira, quarta feira eu já estava inscrito, os 90 km seriam no sábado e eu ainda precisaria conseguir uma equipe de apoio, já que o regulamento dizia que cada equipe deveria ser responsável pela sua própria alimentação e hidratação, maravilha! Quanto à equipe de apoio eu nem me preocupei, pois, quem tem pais como os meus, sabe que nunca estará sozinho. Então fomos eu, minha mãe e meu pai para São Chico. Eu permaneci muito tranqüilo durante os dias que antecederam a prova, algo raro de acontecer, geralmente fico muito ansioso.

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Diplomacia Vegana

Vegano x Família e amigosTornar-se vegan pode ser uma viagem espiritual, emocional e física profunda e recompensadora. Como sabe qualquer viajante, estar preparado para situações difíceis pode tornar a jornada menos atemorizante. Em outros capítulos, o foco é a nutrição e como obter uma boa dieta vegano. Aqui, estudamos soluções inteligentes para os desafios da interação humana.

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Veganos de berço

Leon e Noel crianças veganas de nascençaHoje em dia, para muitos jovens, se tornar vegano é encarado como um modismo, algo que a tribo à qual pertencem está fazendo. Primeiro se vai na onda, mas não é raro que voltem atrás depois de uns meses, cedendo às tentações do junk food da cantina da escola ou da festinha de aniversário. Em outros casos, vemos até marmanjos que entraram para o movimento de Direitos dos Animais mentirem sobre a data em que se tornaram veganos; o tempo de veganismo, geralmente expresso em anos, tem valor e dá status a muitos ativistas, como se simbolizasse que ele "atingiu a iluminação vegana" antes dos demais mortais. Pois nesta matéria você vai conhecer melhor Noel e Leon, veganos de nascença. Esses dois têm muito mais tempo de veganismo do que muito vegano veterano que anda por ai dando palestras em congressos e encontros. No caso deles, a veganice é lavrada em cartório, junto com a certidão de nascimento; eles fazem parte de uma nova raça, os veganos de berço.

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Sobre a falsa perda de valores

Ora, toda tradição se torna mais respeitável a medida que fica mais distante a sua origem, quanto mais distante a sua origem, quanto mais esquecida for esta, o respeito que lhe é tributada aumenta a cada geração, a tradição se torna enfim sagrada, despertando temor e veneração...

Nietzche

valores
Já há algum tempo tenho ouvido muito estas expressões: "hoje em dia eles [os jovens] já não tem mais valores", "há uma inversão dos valores", "há uma falta de valores", entre outros sempre no sentido de que a atual juventude já não a mínima para os valores propagados pelos pais, pela religião, pela sociedade, etc. Esse pensamento procede? De que valores se trata?

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Vaquejadas: detalhes de toda a maldade de um pseudo-esporte abusivo

Vaquejada é crueldade e covardia

Vaquejada, para quem ainda pouco ou nunca ouviu falar disso, é um pseudo-esporte de abuso animal tipicamente brasileiro/nordestino, ao contrário do rodeio, que veio dos Estados Unidos. Todos os detalhes dessa atividade exploratória e ignorantemente sádica estão no guia explicativo abaixo, o qual diz tudo o que você precisa saber sobre ela.

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Se comer demais, não dirija

abre-dieta-vol.jpgMaus hábitos alimentares podem provocar sonolência ao volante

Trabalhar depois do almoço é dureza, principalmente se o seu cardápio for rico em gorduras, frituras, carnes, condimentos e molhos. Além de uns quilinhos a mais, essa dieta pode provocar sensação de torpor e sonolência, que reduzem a eficiência em muitas atividades, entre elas, dirigir.

“O sono diminui em 50% a concentração”, afirma o médico Dirceu Rodrigues Alves, chefe do departamento de Medicina Ocupacional da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet).

Estudos internacionais apontam que 29 a 32% dos acidentes de trânsito envolvem um motorista que dormiu ao volante; 17 a 19% das mortes nas vias envolvem alguém que cochilou ou dormiu na direção. Quanto dessa sonolência foi causada pela dieta dos motoristas não se sabe, mas, segundo especialistas, a alimentação pode afetar muito o comportamento do condutor.

Sinal vermelho para gordura

De acordo com o nutricionista George Guimarães, especialista em nutrição clínica, “alimentos mais ricos em gorduras ou de digestão lenta exigem mais do organismo e com isso desviam a atenção do metabolismo para executar tarefas como dirigir, reduzindo o nível de concentração e provocando o sono”.

A piloto da Indy Lights Ana Beatriz Figueiredo diz apostar no cardápio leve para que seu rendimento não seja prejudicado. "Minha alimentação no dia da corrida é bem leve. Opto por um café da manhã reforçado, pois chegamos na pista no máximo uma hora antes do treino. Durante o dia, como frutas, barras de cereais, tomo muito líquido; no almoço, salada e um pouco de massa, quando possível. Costumo deixar de comer até 30 minutos antes de entrar no carro. Durante o final de semana da corrida, evito carne vermelha, pois é um alimento mais pesado."

Os cuidados de Figueiredo não são apenas para os pilotos. Alves explica que, “no pós-refeição, acontece a distensão do tubo digestivo, maior o fluxo de sangue para as vísceras para promoção do processo digestivo, ao mesmo tempo em que ocorre produção da melatonina por estímulo dos carboidratos ingeridos, daí o aparecimento de distúrbios gastrintestinais e sonolência, que se intensificará se o ambiente tiver pouca luz. Deu sono pare em local seguro e durma. Não há substitutos para essa necessidade fisiológica”.

Os peso pesados

Para a nutricinista Solange de Oliveira Saavedra, gerente técnica do Conselho Regional de Nutricionistas, o bom senso é fundamental. “Ao sair de casa para o trabalho ou para uma viagem, não esteja em jejum, principalmente após um longo período de sono, o que pode acarretar em um quadro de hipoglicemia (baixo nível de glicose no sangue), quando o motorista pode sofrer sonolência, visão dupla e até perder a consciência, o que com certeza provocará um acidente”.

Com os alimentos mais pesados, isto é, de difícil digestão – como preparações com vários tipos de carnes (ex.: feijoada), e cheias de frituras e molhos gordurosos –, o organismo fica sobrecarregado, pois precisa cuidar da digestão e de outras tarefas que já estava fazendo.

“O adequado é não ingerir bebidas alcoólicas, já que vai dirigir e seus reflexos devem estar ok, fazer refeições mais leves, com porções menores, à base de frutas, verduras, legumes e carnes, de preferência cozidas ou grelhadas, o que vai facilitar a digestão”, aconselha Saavedra.

Churrasquinho presente de grego

Os alimentos vendidos na estrada também merecem cuidado, já que não se sabe a procedência e como foram preparados. “A melhor precaução é comer o menos possível, para evitar surtos de doenças transmitidas por alimentos (DTA), o que pode estragar a sua viagem e a disposição para dirigir”, diz a especialista, que recomenda:

• lembre-se de lavar bem as mãos com água e sabão antes de comer;
• assegure-se de que a comida servida esteja bem quente e bem cozida;
• não coma alimentos crus, com exceção das frutas que podem ser descascadas e cujas cascas estejam íntegras;
• não consuma sorvetes de procedência duvidosa;
• evite preparações culinárias que contenham ovos crus (ex: gemada, maionese caseira).

Melhores horários para se alimentar

“Não há um tempo ideal para se alimentar antes de assumir o volante”, diz Saavedra, pois isso vai depender de pessoa para pessoa. Entretanto, segundo a especialista, “é aconselhável alimentar-se pelo menos uma hora antes de sair, pois já terá tido início a digestão”.

Bom combustível para o corpo

O nutricionista George Guimarães ensina (abaixo) um cardápio ao mesmo tempo muito nutritivo, rico em fibras, pobre em gordura e de fácil digestão, o que permite um bom nível de atenção ao volante.

Para os momentos em que bater sonolência, o conselho do nutricionista é recorrer a uma fruta fresca de sabor ácido e refrescante (laranja, tangerina, carambola, abacaxi), que ajudam a elevar o nível de alerta.

Outra opção, segundo o especialista, é ter por uma fruta seca como o damasco ou o figo seco. “São uma opção fácil de carregar e, se consumidos quando o nível de atenção estiver diminuído, o seu teor de açúcar de absorção em velocidade moderada poderá ajudar a elevá-lo. Cuide apenas para não consumir esses alimentos em quantidade grande nesse momento, pois uma elevação exagerada poderá ter efeito oposto”, alerta.

“Alimentos cujo conteúdo de carboidratos é absorvido a uma taxa mais lenta são os melhores, pois evitam uma queda brusca no nível glicêmico. Os cereais integrais são o melhor exemplo desses alimentos. Nesse aspecto, a dieta vegetariana tem muito em que beneficiar aos motoristas que querem evitar riscos no volante”, aconselha o Guimarães.


Desjejum

Leite de soja (sem açúcar) com granola e frutas frescas

Almoço

Salada crua
Vegetais escuros refogados
Arroz integral
Tofu (queijo de soja)

Jantar

Sanduíche de pão integral com verduras e pasta de soja ou sopa de raízes.


fonte: Webmotors
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Depoimento de um médico vegetariano

Dr. Eduardo Lima é médico (clínico geral), formado pela Universidade Federal de Juiz de Fora há 32 anos. Escreveu esse contundente depoimento pessoal quando parou de comer carne, em julho de 2007. Quando solicitado a dar uma entrevista sobre o vegetarianismo e sobre como se tornou um vegetariano, fez questão de que constasse esse “documento” já elaborado. Desde então, mantém-se firme como vegetariano.

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Estou com 55 anos. Tenho artrite, pressão alta, cansaço, dor muscular e articular, gota, má digestão, dor de cabeça e irritabilidade. Não bastasse ser médico e conviver com dezenas destas queixas, me vi também envolvido por elas. É a idade, penso eu. Passou dos cinqüenta, ninguém agüenta! E assim, como todo cidadão que vai para o trabalho, tomava o ônibus bairro-centro e voltava centro-bairro. Sabem onde moro? No centro. São dois pontos e pronto, cheguei! Mas cadê a coragem, perna, fôlego, disposição para andar oito quadras (mais ou menos 1 Km)?

Mas 55 anos, 1,85 m, 97 kg e dor pra todo lado, vamos de ônibus mesmo. E aos meus clientes recomendando não comer açúcar, carne vermelha apenas nos churrascos, peixe e frango à vontade, evitar o que dá debaixo da terra, cuidado com massas, façam exercício, etc. Como? Se eu, nunca, em dia algum de minha existência, deixei de comer carne. E aí, entenda-se, hambúrguer, salsicha, bacon, lingüiça, caldos concentrados (galinha, bacon, carne, camarão), agora o bacalhau, que recentemente descobri, filés, picanhas, chouriço argentino, rabada, buchada, chouriço da roça (cheio de redanha), torresmos, figuinho, simbiquira, língua, peixes diversos, einsbein (prato que me especializei), miolo (que aprendi a limpar e preparar congelado), assim como a traíra sem espinho.

Médico, cozinheiro e glutão! Sem nenhuma restrição, almoçava no restaurante vegetariano e comia em seguida três espetinhos (vaca, porco e coração), além de pedir um misto pra mim.

55 anos, com uma mãe que cozinhava maravilhosamente e com um pai que chegou aos 120 quilos. Ele apreciava do bom e do melhor no seu prato cheio. Fui criado “saudável” e feliz, com mesa farta. Sustentar a família, para eles, era comer, comer, comer! Carnes, carnes, carnes!

Algumas vezes, sendo médico e com reputação a defender, quando me aproximava dos perigosos 100 quilos, entrava no regime. Qual? Dieta revolucionária do Dr. Atkins, à base de carne, queijo e ovos. É gordura queimando gordura. Perdia 10 quilos em trinta dias e ganhava 4 em sete dias. Mas podia comer o que mais gostava, ou seja, carne, queijo, ovos, bacon, torresmos, lingüiças, chouriço…

De repente, após receitar os mais modernos fármacos para reduzir colesterol, triglicérides, ácido úrico, proteger o fígado da esteatose (degeneração gordurosa), que custam até dez reais ao dia e depois de tentar me livrar do vício do fumo (com o qual luto desde o primeiro maço de cigarros, aos 19 anos), parei de fumar e fiz jejum. Jejum?! Só água no primeiro dia, no outro dia só fruta, no outro, água, fruta, verdura; no quarto dia… tchan, tchan, tchan! Eu era outro homem.

Sem dor nos pés, alegre, feliz, esperançoso. 55 anos, estou na metade de minha existência! Tudo o que fiz, vou fazer melhor, pois já aprendi o caminho das pedras. Eureca! O que aconteceu comigo? Mudou minha cabeça? Parar de fumar (a centésima vez) me ajudou, ou não comer carne os primeiros quatro dias de minha vida me fizeram este bem?

Foi em 18 de julho e jamais me esquecerei. Tudo o que aprendi como médico e carnívoro ruíram nestes quatro dias. Mente sã, corpo são! Pude compreender que não comer carne faz bem e hoje, quase quatro meses depois, posso afirmar o bem que me fez não comer mais carne. Esta é a melhor receita que posso passar a todos os meus pacientes. Romper uma cultura, 10 quilos mais magro, mais ativo, mais saudável, mais alegre e absolutamente sem nenhuma dor, enfrento, em 100% das pessoas para as quais digo que parei de comer carne, o estigma do nem frango, nem peixe? Por que?

Se eu, 55 anos, médico, jamais pensei em ficar um dia sequer sem comer boi ou vaca, porco, javali, frango, galinha, capivara, rã, coelho, paca, tatu, cotia, tartaruga, peixes, crustáceos (camarão, lula, polvo, sururu, lagostas) e enganado, cães, cavalos, jegues, gatos, e tudo o mais que a cultura humana o permitia. E que prazer! Que sabor! Sal, alho, cebola, pimenta, louro, canela, cominho, açafrão, salsa, cravo, alecrim…

Cachaça, Saquê, conhaque! Todos os temperos para dar gosto às “maravilhosas” carnes. Fruto colhido da morte, de um cessar de vida, qualquer vida que um cutelo, um tiro, uma faca, um porrete, um chucho ou um anzol e uma rede, seguidos da asfixia, nos permitiram descamar, despelar ou descourar e com o nosso poder sobre o fogo, transformar em “iguarias fantásticas”, com gosto de sal, alho, cebola, pimenta, louro, canela, cominho, açafrão, salsa, cravo, alecrim, cachaça, saquê, conhaque, vinho, vinagre. Por que?

Se eu, aos 55 anos tive a oportunidade de reconhecer que, em todos estes anos, não me alimentei e sim, me intoxiquei, sou obrigado, pelas oportunidades a mim permitidas e por ser um médico, de recomendar a todos os meus pacientes que deixem de comer carne. Todo o prazer e benefícios da alimentação saudável podem ocorrer com qualquer alimento coletado da natureza, temperados com sal, alho, cebola, pimenta e etc. Os sabores se multiplicam, os prazeres só aumentam, a culpa desaparece, a saúde é que agradece.

Mas como médico que sou,
após este aprendizado
procurarei ,por todos os meios,
lhes deixar o legado.
Como um náufrago na ilha
em uma garrafa,
uma mensagem enviaria
para alguém, que a recolheria.

  

Sois o que vós comeis!
Se da natureza, colhes os frutos,
felizes e alegres sereis.
Se da morte se alimentares,
orte igual então tereis

 

Um médico de 55 anos, 31 de profissão, que teve como experiência tornar-se outro homem, ao parar de comer carne, inclusive frango e peixe.
Eduardo Lima em 29/10/2007

Para firmar a veracidade deste depoiemento, pesquise pelo CRM 9310 no site do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais www.crmmg.org.br

Fonte: www.vista-se.com.br

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O jornalismo mal-orientado e seus riscos de propagar desinformação

(Resposta à reportagem “A moda (sic) do vegetarianismo - e seus riscos (sic) ”, de 28/11/2008, )

 

chilepeppers-group.jpgMesmo num momento em que tanto se precisa de apoio, corroboração e reforço profissional, o vegetarianismo (junto com o veganismo) recebe ataques de gente que, carregando-se de preconceito e desinformação e esbanjando um jornalismo malfeito e parcial, o calunia como um hábito alimentar perigoso e não recomendável. Parte da mídia ainda se recusa a conceber a aceitabilidade crescente – incluindo todo o respaldo médico-nutricional – do vegetarianismo e, em jogadas irresponsáveis e cheias de tendenciosidade, insiste em mitos já derrubados em prol do consumo de alimentos originados da exploração animal.

 

Que o diga a revista Época. Na reportagem “A moda (sic) do vegetarianismo - e seus riscos (sic)”, datada do fim de novembro último, ataques camuflados ou sutilmente explícitos a essa alimentação não faltam. Uma análise crítica da nota, com conhecimento de causa, percebe muitas falhas grotescas que comprometem sua seriedade como artigo jornalístico.

 

Percebemos que:

- É descrito que Paul McCartney teria despertado furor quando defendeu o vegetarianismo contra o aquecimento global. Convém perguntar: furor de quem? Dos pecuaristas? Dos donos de churrascarias? Dos fãs incondicionais de fast-food? Dos açougueiros? Que razão levaria uma pessoa comum a sentir raiva do eterno Beatle só por ele ter dito que a pecuária onera o planeta e faz mal para os animais?

- O vegetarianismo é reduzido à não-carne, uma idéia cada vez mais considerada como obsoleta em tempos de reprovação crescente também da dieta centrada em ovos e laticínios;

- Numa reportagem que se supõe a falar de alimentação vegetariana, apenas a carne vermelha é enfatizada como produto a ser evitado – ou nem mesmo isso: é sugerida apenas a diminuição de seu consumo;

- Fala-se de dieta “parcialmente vegetariana”. Isso não existe. Vegetarianismo é, para dizer a concepção mínima, ausência de carne. Se há carne, nem que seja uma vez por mês, não há vegetarianismo. Não existe meia ausência ou ausência parcial;

- O veganismo, que seria mais adequado considerar um hábito de consumo ou em última análise um modo de vida, é descrito pejorativamente como uma “filosofia” que dita deliberadamente normas de proibição para “seguidores”, não contando que o vegano segue sua própria consciência de respeito aos animais em evitar viver sustentado na exploração destes. Na lógica do autor, defender o fim da escravidão humana também poderia ser reduzido ao atributo de mera corrente filosófica sem medo de estar incidindo em distorção;

- O colesterol é erroneamente ligado às proteínas animais – o jornalista atira no pé ao falar mal dos próprios nutrientes defendidos visceralmente em sua reportagem – em vez de às gorduras da mesma fonte;

- Insiste-se muito em mitos nutricionais já surrados pelos especialistas em alimentação vegetariana: a) a alimentação livre de produtos de origem animal é tratada como perigosa; b) a carne é sacralizada e sua ausência tratada como uma ameaça à saúde; c) a soja é brevemente descrita como nutricionalmente inferior; d) as proteínas animais são postas no pedestal do indispensável, sem nenhuma consideração à capacidade do organismo  humano de sintetizar certas proteínas a partir dos aminoácidos ingeridos, os quais possuem todos alternativas vegetais; e) o vegetarianismo completo é taxado de radical, arriscado e contra-indicado para crianças e adolescentes;

- Outros vegetais que são importantes provedores de proteínas, como leguminosas, são totalmente desprezados;

- A opção de injeções semestrais de vitamina B12 sintética, uma opção muito conveniente numa época em que vacinas injetáveis periódicas são rotina indispensável para muitos, é igualmente ignorada. Convém dizer que tal aplicação é uma necessidade também para idosos, mesmo os mais churrasqueiros, que passam a absorver com menos eficiência a vitamina ao passo em que envelhecem;

- Ninguém do lado atacado foi ouvido para defender por que o vegetarianismo é organicamente aceitável. Já o onivorismo foi defendido abertamente pelo endocrinologista João César Castro Soares, que inclusive condenou a alimentação livre de crueldade para menores de idade, com justificativas bastante questionáveis;

- Além disso, a recomendação de se procurar uma segunda opinião médica ou fonte especializada, mais indispensável ainda quando se trata de um assunto da esfera medicinal ou qualquer outro que requeira pesquisa científica competente, foi irresponsavelmente esquecida. Toda a reportagem gira em torno da opinião altamente questionável e refutável de um único profissional, o qual já sabemos que é alguém nem um pouco recomendável a ser consultado por um vegetariano que quer saber como balancear bem sua alimentação;

- Uma reportagem que denunciasse os riscos de uma dieta vegetariana mal orientada deveria no mínimo dar uma sugestão de como montar uma base nutritiva eficiente, nem que fosse citar por cima “folhas verdes-escuras”, “legumes”, “cereais”, por exemplo. Seria uma aceitável crítica construtiva que alertaria os adeptos ou interessados no vegetarianismo para não se descuidarem no balanceamento da elaboração de seu prato. Isso também foi completamente desconsiderado no caso abordado, estando reduzido a sugestões muito vagas como “é preciso procurar conselho médico”;

- Ficou subentendido que apenas vegetarianos devem procurar assistência nutricional, enquanto onívoros e ovolactistas supostamente podem dispensá-la. O que é uma orientação bastante incorreta e até irresponsável, se considerarmos o crescimento das doenças e distúrbios orgânicos ligados a dietas onívoras mal-estruturadas.

 

Fica a sugestão ao senhor José Antonio Lima, autor de tal reportagem, de que, se não quiser mais pôr em risco sua reputação de jornalista e enfrentar a indignação de pessoas que, na busca de apoio, esclarecimento e aceitação, encontram sim muita desinformação e reacionarismo falacioso e irracional, relembre-se daqueles princípios que foram aprendidos na faculdade mas embaçados na sua memória com o passar do tempo. Imparcialidade, pesquisa competente e segunda opinião médica ainda são muito valorizadas por quem promove um jornalismo responsável e não quer correr o risco de estar propagando idéias falseadas. Ainda mais quando se trata de algo que, além de ser uma questão de saúde que deve ser levada muito a sério, propõe, entre outras providências, poupar a vida de tantos animais que tanto sofrem em confinamentos pecuários miseráveis.

 

Convido também todos a lerem a resposta do doutor George Guimarães.



Robson Fernando
Estudante e articulista amador, é dono do blog Consciência Efervescente ( http://conscienciaefervescente.blogspot.com ). Entre em
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Serviço de (F)utilidade vegana apresenta: A mulher vegana no Brasil!

futilidade vegana
Sempre que mulheres pedem minha ajuda em relação a veganismo, a mais freqüente dúvida não é 'como substituir os ovos' no preparo de um bolo, tampouco 'como preparar tofupiry' pra pôr no recheio de uma pizza. A maioria das perguntas é do tipo:

“Qual xampu você usa?”
“Qual hidratante vegano você conhece?”
“Existe algum tratamento vegan pra caspa?”

Bom, em meu curto tempo de veganismo pude aprender muito, mas ainda compro muitas coisas erradas por falta de conhecimento, e por muitas vezes acabo sendo enganada por SACs fdps!!! Mas a cada dia vou tentando errar menos e aprender mais.

No mundo em que vivemos, infelizmente temos que dar certo valor à aparência. Bem que gostaria de acordar com o cabelo parecendo uma arapuca, com a pele de ameixa seca, não me depilar e ficar parecendo uma macaca chita... e continuar freqüentando meu trabalho e minhas aulas tranqüilamente, sem maiores transtornos. Infelizmente não posso - 1º perco meu emprego. 2º os meus professores vão sair correndo 3º ninguém irá querer adotar animais de uma pessoa com tal aparência. 4º e pior de todas: eu nunca vou encontrar um vegan bundudo pra casar!!! uiehaiuehuaih. Brinqs.

No Brasil são raros os cosméticos livres de exploração animal. Pra poder usufruir dos mesmos, temos que desembolsar bons $$$ (já que grande parte destes são importados, e a depender do que procuramos, os únicos), o que eu e a maioria das vegs lascadas não temos.

Até pra se depilar de forma ética nesse país é um tormento! Os aparelhos com lâminas são de empresas que testam, e a maioria das ceras usa matéria prima vinda da exploração de abelhas. E agora? Os aparelhos elétricos são caros e às vezes causam irritação. E agora??

A princípio ficamos assustadas e chegamos a pensar que é impossível tamanho feito. Mas freqüentemente pesquisar sites veganos, nomes de empresas, trocar informações e experiências com outras pessoas, ajuda e muito obter na viabilidade e rápida adequação da mulher e suas “necessidades” básicas, dentro dos princípios veganos.

Nosso país tem uma vasta riqueza natural e é através delas que podemos encontrar os melhores tratamentos éticos e ecológicos. Pesquisei (entre outros) este site: http://rafaelninno.googlepages.com/textoFitocosmeticosdez2007.pdf ,
onde encontrei várias dicas de cosméticos vegan. Seguem alguns trechos:

“A polpa do abacate possui um óleo que tem grande poder umectante contra a desidratação da pele. Quando aplicado com um algodão, remove as impurezas dérmicas. Esmagado e friccionado pelas mãos é uma excelente loção. Por ser rico em óleos e gorduras, funciona como bronzeador solar e hidratante que deve ser utilizado com cautela por pessoas de pele clara.”

“A manga pode ser aproveitada por inteiro. A casca passada na pele é hidratante e refrescante, funcionando tanto para antes de um banho de sol como para depois. Por ser rica em vitaminas A e C, funciona também como protetor solar. No final do seu uso, o caroço se torna um excelente sabonete!” “O mamão é uma dádiva da natureza para o ser humano. Do mamoeiro se aproveita tudo: a raiz, o caule, folhas, flores e o fruto por inteiro (casca, polpa e sementes). Rico em vitaminas A, C e do complexo B, possui um alcalóide chamado papaína que é um excelente regenerador de tecidos, funcionando como poderoso hidratante e umectante para pele. Por ser fonte de beta-caroteno e vitamina C, é muito bom para ser usado como protetor solar. Passe a parte interna da casca do mamão diretamente sobre a pele, espere alguns minutos e veja que essa polpa é totalmente absorvida pelo tecido da pele, contribuindo para sua hidratação e limpeza. “

“Nem só com as frutas e ervas podemos hidratar a pele. Existe um cereal que realiza muito bem essa função, a aveia. Bata um pouco de aveia com água, até ficar com consistência de creme. Está pronto o chamado “leite de aveia” natural, excelente hidratante!”


Segue abaixo uma lista resumida do “poder” de algumas frutas, grãos, plantas, raízes e vegetais.

Abacate

- Amaciante e hidratante para cabelos e peles secas. Combate eczemas do couro cabeludo.

Alecrim
- Anti-séptica, anti-queda capilar, anti-caspa e estimulante da circulação periférica.

Andiroba
- Anti-séptica, cicatrizante, repelente, hidratante capilar.

Arruda
- Anti-séptica, bactericida e fungicida, combate piolhos e carrapatos.

Aveia
- Hidratante e amaciante capilar, facial e dérmico.

Babosa
- Anti-séptica; bactericida e fungicida; cicatrizante; hidratante e anti-queda capilar; atua em infecções e queimaduras de pele.

Bardana
- Anti-séptica, bactericida, dermatite e úlceras de pele, seborréia e queda capilar, anti-caspa, cicatrizante.

Banana
- Cicatrizante (parte interna da casca), hidratante capilar.

Berinjela
- Alcalinizante e remineralizante para higiene bucal; combate abscessos e furúnculos.

Camomila
- Anti-séptica, cicatrizante, inflamação bucal, clareador de cabelos.

Canela
- Anti-séptica, retira oleosidade dos cabelos.

Citronela
- Repelente, desinfetante.

Copaíba
- Antibiótica, antiinflamatória, antimicrobiana, anti-séptica, cicatrizante, desinfetante, anti-caspa, anti-queda capilar.

Cravo-da-Índia
- Anti-séptica, bactericida, repõe oleosidade para cabelos secos.

Gengibre
- Anti-séptico, cicatrizante, antiinflamatório, estimulante da circulação periférica.

Jaborandi
- Revitalizante e estimulante capilar.

Juá
- Anti-séptico, combate gengivite, anti-caspa, tônico capilar.

Mamão
- Hidratante, protetor solar, cicatrizante, nutrição e regeneração da pele e couro cabeludo.

Manga
- Hidratante e amaciante para pele e cabelo, protetor solar.

Saboneteira
- Anti-séptico, limpeza capilar, repelente.

Sálvia
- Anti-séptica, higiene bucal, anti-caspa, escurecedor dos cabelos.

Apesar das brincadeiras, acho que devemos tomar muito cuidado com o excesso de vaidade. Isso não pode se tornar uma obsessão - o que há de mais valioso está dentro de cada um de nós.

por Manu

Fonte:

http://sandubavegano.blogspot.com/2008/03/vilf.html 

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Cultura sem Valor

macacocomapomba.jpg

É sabido e muito debatido que os valores culturais são a base do modo de vida de um povo. Porém, apesar de arraigados são passíveis de alteração. Pode demandar tempo, esforço e conhecimento, mas é possível. As contingências do mundo atual, em grande maioria, infelizmente e ainda, sustentam a exploração de outros animais. Todavia isto está sendo transformado significativamente, em larga escala e numa velocidade surpreendente; seja por uma despertar de consciência no qual o humano sente e compreende que a barbárie para com os outros animais é a mesma da praticada para com "os seus" e que não constrói, apenas aniquila, seja por necessidade de sobrevivência neste planeta já tão doente. A segunda motivação é lastimável mas de toda sorte, creiam, as mudanças estão

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Parada pelo respeito aos animais

conjunto.jpgSou cachorreiro, vegetariano e participei ativamente de várias listas de discussão sobre animais. Infelizmente, a maioria delas transformou-se num imenso muro de lamentações e pedidos de socorro – e é humanamente impossível atender a todos. Acredito que a maioria dos participantes apenas lê, se comove e... Só. (digo a maioria, não todos, OK?).

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