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Ativistas criam “outdoors” contra a exploração animal e querem levá-los a todo o país

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Pesquisem sobre o assunto e percam alguns minutos pensar nele. O pedido é feito por oito ativistas ligadas à causa animal e esconde uma forte convicção: “Quero acreditar que as pessoas o fazem inadvertidamente, se houvesse reflexão seria diferente”, declara Bebiana Cunha. Aqui se fala da exploração animal que alguns fazem e com a qual muitos outros compactuam – fala-se de ética, de uma lei desadequada que continua a ver os animais como “coisas” e não como seres. Assim nasceu a campanha.



Tudo começou numa troca de emails feita entre oito pessoas que se conheciam de “outras lutas” em nome dos animais. Unia-as a vontade de fazer algo que ajudasse a consciencializar a sociedade para o tema da exploração animal.

Quando a ideia dos cartazes surgiu (mérito para Bebiana Cunha) perceberam que podia ser aquele o projeto. Sara Branco assumiu a câmera fotográfica, Daniela Graça ficou responsável pelo design, todas (à excepção de Sara, que ficou do lado invisível) deram a cara pela causa – Bárbara Branco, Diana Loureiro, Inês Zilhão, Joana Dumas e Sandra Pereira completam o grupo.

Foto: Divulgação

Para já, a campanha está ainda na gaveta. Mas pronta a usar: “Apelamos a que haja alguém que queira aproveitar a nossa boa vontade e a nossa imagem, pegar na campanha para chegar a mais gente”, diz Bebiana. São sete os cartazes que as ativistas sonham ver espalhados em “outdoors” pelo país e que, esperam, possam ajudar à “tomada de consciência” e a uma “alteração do paradigma em relação à ética animal”. No Facebook criaram a página “Qual é o teu cartaz?”, que quer juntar mais gente, mais causas e mais informação – e convida todos os que tenham uma ideia a partilhá-la em formato de cartaz.

Campanha sem radicalismos
Esqueçam radicalismos, apesar de essa ser uma acusação que lhes é feita muitas vezes: “Dizem muitas vezes que só defendemos os animais e não queremos saber das pessoas. Não é real, não queremos saber só dos animais, somos pessoas preocupadas com todos os que não têm poder, que não têm voz… e os animais são um deles.”

O objetivo último desta ação é operar uma “mudança de legislação” que permita que “os animais deixem de ser vistos como objetos, como coisas, e passem a ter direitos enquanto seres vivos que são” (há uma petição online pela mesma causa, uma nova lei de Proteção dos Animais em Portugal, que já conta com mais de 60 mil assinaturas).

Foto: Divulgação

As perguntas lançadas na página querem ajudar a construir uma sociedade mais equilibrada e menos centrada no ser humano, também em nome da sustentabilidade e de gestão do planeta. “Até porque, se pensarmos um pouco, percebemos que tudo isto só acontece para alimentar indústrias poderosas”, acrescenta Bebiana Cunha.

Acreditam que pequenas ações podem fazer a diferença, como a “Segunda-feira sem carnes”, relembra a irmã, Bárbara Branco, a que vários países já aderiram e que “poupa muitas vidas”. “Acreditamos que podemos construir uma rede, eu influenciei a minha irmã, ele pode influenciar mais gente e por aí adiante”, diz Bárbara.

Para que a mudança seja efetivada, é preciso mais. “A aposta na educação, de preferência logo nas escolas”, defende Bebiana Cunha: “Falta ética animal, pensamos sempre na lógica humana, mas temos de perceber de uma vez por todas que tudo está ligado.”

A verdade, garantem, é que há alternativas que não implicam sofrimento de seres vivos. Roupa sintética em vez de peles, circos sim, mas sem animais, adotar animais em vez de comprar, não usar animais para fazer testes, preferir o veganismo e a ética alimentar.

Touradas e lutas de animais devem ser exterminadas. Bebiana atira a pergunta final: “Qual é o sentido, quando estamos falando de seres vivos que têm sentimentos, que pensam, que planeiam, que executam, que sofrem, que manifestam por nós afeto… qual é o sentido de chamarmos um animal como coisa e tratá-lo como tal?”

Fonte: Público PT

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