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Nutrição

nutricao vegana

Excesso de ômega-3

oleo de linhaca

O que o excesso de ômega-3 pode trazer de consequências para a sua saúde?

A importância do ômega-3

Para os vegetarianos, um dos motivos mais importantes que nos faz estimular o seu consumo é para que haja um equilíbrio entre o ômega-6 e o ômega-3 da dieta, tendo em vista que tende a haver uma desproporção entre esses dois óleos na dieta vegetariana (muito ômega-6 e pouco ômega-3).

O excesso de ômega-6 pode levar ao aumento da resposta inflamatória, crises de asma e inadequação da resposta do sistema imunológico frente às agressões. Assim, aumentar o ômega-3 ingerido é fundamental para minimizar o efeito do ômega-6.

Os primeiros estudos

Os efeitos benéficos à saúde, com relação ao ômega-3, foram vistos inicialmente, na década de 70 em esquimós. Mesmo com uma elevada ingestão de gorduras e colesterol, eles apresentavam baixos níveis de colesterol no sangue, assim como triglicérides. O "colesterol ruim" desses esquimós era baixo e o "colesterol bom" era alto.

A ingestão de ômega-3 por esquimós chega a atingir o valor de 5 a 10 gramas por dia.

As melhores fontes de ômega-3

Dos alimentos vegetais, a linhaça é a fonte mais rica de todas.

Para termos uma idéia, em 100 mL do óleo de linhaça há 53,3 gramas de ômega-3, enquanto na mesma quantidade de óleo de canola e soja há 6,3 e 6,8 mg desse lipídio, respectivamente.

Em 100 mL de óleo de salmão encontramos cerca de 16 gramas de ômega-3.

Efeitos para a saúde

Diversos efeitos benéficos à saúde têm sido atribuídos ao consumo de ômega-3.

Encontramos diversos estudos demonstrando que o ômega-3 é efetivo para a redução dos níveis sanguíneos de triglicérides (há um estudo que aponta a redução de 65% dos níveis de triglicérides com o uso de 20 gramas por dia de ômega-3 proveniente do salmão).

O seu uso também tem apresentado efeito importante na redução de inflamações no organismo.

O excesso

O uso de ômega-3 proveniente de animais é diferente do proveniente de vegetais, pois no primeiro o ômega-3 já está na forma ativa, sendo que o dos vegetais deve ser convertido pelo nosso organismo para chegar à forma ativa (e o ômega-6 em doses elevadas dificulta conversão).

Como os estudos têm sido feito com a forma animal, fica difícil extrapolarmos os resultados para os a forma vegetal com precisão.

O uso de 1 g/d de ômega-3 proveniente de fonte animal é capaz de reduzir em até 10% os eventos cardiovasculares em pessoas que já tem doença arterial coronariana.

O uso de 4 a 10 g de ômega-3 pode promover efeitos benéficos na redução dos níveis de triglicérides, mas também podem elevar os níveis do "colesterol ruim (LDL)".

De forma geral, o uso terapêutico de ômega-3 (na forma animal) está sendo preconizado na ordem de 1 a 4 gramas por dia em onívoros.

Os maiores inconvenientes que temos ao ingerir ômega-3 em excesso são dois:

1) alterar a coagulação do sangue tornando o organismo mais propenso à dificuldade de coagulação e sangramentos excessivos. Isso pode ser bastante indesejado quando há necessidade de fazer procedimentos dentários ou cirurgias.

2) aumentar os níveis do "colesterol ruim".

De forma prática

Utilize os sempre o óleo de linhaça na dose de uma colher de sobremesa por dia ou 2 de sopa da semente de linhaça (não precisa ser triturada, apesar da trituração no momento do seu consumo ser mais indicada).

O uso de doses mais elevadas podem ser indicadas para gestantes, idosos e diabéticos, mas é importante que haja acompanhamento médico para que não haja excesso no organismo. Há exames de sangue que podem ser feitos para essa avaliação.

 

Fonte: http://www.alimentacaosemcarne.com.br

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Vitamina B2 e vegetarianismo

Texto elaborado para a Sociedade Vegetariana Brasileira
Autor: Dr Eric Slywitch

 

Alguns estudos acusam uma menor ingestão de vitamina B2 (riboflavina) em vegetarianos. No entanto, não foi encontrada manifestação de deficiência clínica nas pessoas estudadas.


O planejamento nutricional corrige, facilmente, essa defasagem.

Enfatize o uso de alguns alimentos (todos eles contêm cerca de 1 mg por porção):

Aspargo, banana, feijão, brócolis, figo, couve, lentilha, ervilhas, tahine ("manteiga" de gergelim), batata doce, tofu, tempê, germe de trigo.


Confira as informações em:

Position of the American Dietetic Association and Dietitians of Canadá: Vegetarian diets. J Am Diet Assoc. 2003;103:748-765. (www.svb.org.br/artigos/artigos.htm)

*Dr. Eric Slywitch
Médico, coordenador do departamento científico da Sociedade Vegetariana Brasileira. Especialista em nutrologia (ABRAN) e nutrição enteral e parenteral (SBNPE). Pós graduado em nutrição clínica (GANEP). Especialista em nutrição vegetariana.

 

Fonte: http://www.alimentacaosemcarne.com.br

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Vitamina D

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Muita atenção!

A vitamina D não é muito falada, mas a sua deficiência está cada vez mais prevalente no mundo inteiro.
Mais de 80% das pessoas que atendo em consultório têm deficiência dela.

Quem é ela?

A vitamina D, é uma vitamina com função hormonal.
Ela é lipossolúvel, ou seja, se mistura com gorduras, e pode ser estocada no nosso organismo.

Qual é a sua função?

Até alguns anos atrás acreditávamos que a sua função estava quase que completamente direcionada para manutenção da saúde óssea e redução do risco de osteoporose, assim como um melhor controle dessa patologia, quando ela já existe.
No entanto, os estudos mais recentes demonstram que ela possui mais funções, e quando os seus níveis estão reduzidos no sangue, pode haver maior possibilidade de desenvolvimento de algumas alterações, como dor e fadiga muscular, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares, câncer de mama, cólon e próstata, diabetes, esclerose múltipla, artrite reumatóide e lúpus.

Como conseguimos obter a vitamina D

A vitamina D pode ser produzida no nosso organismo através do contato da pele com a luz solar ou pela ingestão de alguns componentes animais, como o óleo de fígado de peixe, peixes gordos e alimentos fortificados (como leite e cereais matinais).
O colesterol, naturalmente presente no nosso organismo, é a matéria-prima para a produção de Vitamina D. Quando os raios solares atingem a nossa pele, o colesterol (7-deidrocolesterol) que está nela é transformado na Vitamina D pró-ativa, ou seja, uma vitamina D que ainda não funciona direito.
Essa vitamina D pró-ativa vai até o fígado e depois até os rins. Os rins é que transformam a vitamina D pró-ativa na sua forma ativa, ou seja, na forma que realmente funciona.
Teoricamente, quem se expõe ao sol de forma adequada não necessita ingerir vitamina D. Conversaremos sobre isso à frente.

Como a Vitamina D atua nos ossos?

A partir do momento que essa vitamina D se torna ativa ela atua em órgãos específicos: rim, intestino e ossos.
No intestino ela intensifica a absorção do cálcio ingerido. Portanto, quem tem pouca Vitamina D circulante no organismo absorve menos cálcio da dieta.
No rim ela evita que o cálcio seja perdido pela urina. Portanto, quem tem pouca Vitamina D circulante perde mais cálcio pela urina.
Como o organismo precisa manter os níveis de cálcio no sangue sempre adequados, ele utiliza o cálcio que está nos ossos quando falta cálcio no sangue. Isso quer dizer que ocorre redução da massa óssea para equilibrar o cálcio no sangue, quando ele está reduzido. Quem retira o cálcio dos ossos é um hormônio chamado Paratormônio (apelidado de PTH). Esse hormônio fica elevado (significando que está bastante ativo) quando falta a Vitamina D.
Os estudos científicos demonstram que a Vitamina D é mais eficiente do que o cálcio no controle e prevenção da osteoporose.

Quem tem risco de apresentar deficiência de Vitamina D?

As pessoas que não se expões adequadamente aos raios solares estão em risco de ter deficiência de Vitamina D.
Moradores de cidades onde há poluição também estão em risco, já que nesta situação ocorre redução da incidência da irradiação solar.
Os obesos apresentam maior risco de deficiência de vitamina D, pois a transformação da pró-vitamina D na sua forma ativa é prejudicada pelo tecido adiposo.
Os idosos, por ter uma pele mais fina, apresentam maior dificuldade de formação da vitamina.
Os negros, pela maior pigmentação da pele, têm redução da atuação dos raios solares que devem entrar em contato com o colesterol da pele para a formação dessa vitamina.
Pessoas com problema renal, especialmente na insuficiência renal crônica têm dificuldade em ativar a vitamina.

Vegetarianos tem maior risco de deficiência de Vitamina D?

Os estudos demonstram que os vegetarianos costumam apresentar menores níveis sanguíneos de Vitamina D do que os onívoros. Isso pode ser explicado pelo não consumo de peixes gordos e óleo de peixe, assim como alguns produtos fortificados (que costumam ser os laticínios ou cereais matinais) nos Estados Unidos. No Brasil a fortificação de alimentos com Vitamina D não é uma prática comum.

Quais são os sinais e sintomas da deficiência de Vitamina D?

Na falta de vitamina D ocorre retardo na formação e crescimento das cartilagens dos ossos. Nos adultos isso se chama osteomalácia, e nas crianças, raquitismo.
As crianças com raquitismo apresentam deformidades nos locais onde o osso suporta mais peso do corpo. Assim, as pernas ficam arqueadas. Elas podem apresentar retardo de crescimento, inchaço nos punhos, joelhos e tornozelos. As costelas podem sofrer algumas alterações (que são chamadas de rosário raquítico).
O surgimento dos dentes pode ser tardio ou interrompido, assim como os dentes podem apresentar deformidades. Os músculos se tornam fracos e as crianças irritadas.
É por todas essas conseqüências que freqüentemente os pediatras recomendam o uso de suplementos vitamínicos que contenham Vitamina D desde os primeiros meses de vida.
Em adultos, os baixos níveis de Vitamina D são, na grande maioria das vezes, assintomáticos, e os adultos nessas condições são mais propensos à osteoporose.

Recomendação de exposição à luz solar

Não podemos considerar que a exposição casual à luz solar seja suficiente para suprir as necessidades de vitamina D.
É muito comum para a maioria das pessoas que vivem em cidades não se exporem adequadamente à luz solar. A produção de vitamina D pode ser ainda mais reduzida pelo uso de filtros solares no dia-a-dia. E para piorar, existe o insulfilm nos carros, o ar condicionado para manter as janelas fechadas, o horário comercial para manter as pessoas trabalhando enquanto o sol está brilhando.
Alguns autores recomendam que as pessoas se exponham aos raios solares por 5 a 30 minutos em mão, antebraços e face três vezes por semana, como um tempo e freqüência mínima para manter as concentrações sanguíneas adequadas de vitamina D. Após esse período de exposição pode-se utilizar o filtro solar, como medida preventiva aos danos causados à exposição ao sol (rugas e câncer de pele). No entanto, isso não é garantia de um bom nível de Vitamina D no sangue. Atendo diversas pessoas que conseguem se ajustar a essa recomendação e mesmo assim apresentam baixos níveis da vitamina.

Filtros solares e vitamina D

A aplicação de filtro solar com fator 8 pode reduzir em 95% a produção de vitamina D pela pele. Os idosos tendem a ser o grupo mais afetado por essa prática, já que, naturalmente, produzem menos vitamina D. Dessa forma, é preconizado que as pessoas que utilizam filtros solares diariamente, se exponham inicialmente ao sol por alguns minutos antes de utilizarem filtros solares.
A prevenção de rugas e câncer de pele se faz com o filtro solar. Cuide da Vitamina D, mas não danifique a sua pele!

Como fazer o diagnóstico da Vitamina D?

É importante haver a dosagem sanguínea dessa vitamina. As opções de dosagens mais comuns que encontramos nos laboratórios, de forma geral, são três tipos de dosagem, mas a mais fiel para a avaliação é chamada 25-OH-D3 (alguns laboratórios a chamam de: "VITAMINA D, 25 HIDROXI, SORO"). Portanto, essa é a vitamina D que deve ser dosada, e na solicitação médica deve estar especificado esse composto.
Muitos laboratórios fazem essa mensuração no Brasil, mas não são todos os convênios cobrem o exame. O valor pago (quando feito como particular) por esse exame varia muito de laboratório para laboratório. Recomendo, fortemente, que faça uma boa cotação entre os laboratórios, pois as variações são, às vezes, absurdas.

Para a avaliação da vitamina D no organismo, além de sabermos como estão os seus níveis, é necessário saber como está o colesterol no organismo, o funcionamento do fígado e dos rins, assim como o de outros hormônios, como o Paratormônio.
Outras mensurações podem ser necessárias, conforme o seu médico julgar necessário.

Suplementação de vitamina D para manutenção dos níveis adequados de Vitamina D no sangue.

Para indivíduos que não se expõem adequadamente ao sol pode ser utilizada uma dose diária de 400 ou 500 UI de vitamina D para a manutenção.
Há a opção de utilizar doses mais elevadas, em poucas tomadas por mês.
A vitamina D2 (ergocalciferol) é menos eficiente do que a D3 (colecalciferol) para a manutenção dos níveis adequados de vitamina D. Havendo a intenção de utilizar a Vitamina D2 (mais difícil de ser encontrada no mercado) a dosagem deve ser corrigida.
Estudos demonstram que em idosos, para a prevenção de fratura de quadril (bacia) e outras regiões, a dose de vitamina D suficiente seria de 700 a 800 UI por dia. Para esses indivíduos, a dose de 400 UI não é suficiente. O uso de vitamina D em pacientes idosos reduz o risco de fraturas e quedas em mais de 20%.

Tratamento da deficiência de vitamina D

É utilizada a vitamina D, simplesmente, de preferência D3.
A dose utilizada pode ser bastante elevada em alguns casos. Quando isso é necessário, a manipulação geralmente é a via de escolha, pois os compostos comerciais presentes no mercado estão associados com outras vitaminas (como a vitamina A), que pode ser tóxica em doses elevadas.

Em pessoas com insuficiência renal, a vitamina D de escolha deve ser na sua forma ativa (1,25 hidroxi vitamina D).

 

Fonte: http://www.alimentacaosemcarne.com.br

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Betacaroteno

Estou amarelo, doutor? E agora?

Algumas pessoas, especialmente vegetarianos, às vezes reclamam que a pele está mais amarelada, muitas vezes até na palma das mãos.

O que ocorre?

A pele pode ficar amarelada devido a algumas situações.

Deve haver preocupação quando isso ocorre devido a alguma alteração no fígado. Nesse caso, o que ocorre é que as bilirrubinas (composto existente no sangue), que devem ser eliminadas pela vesícula biliar no intestino, passando antes pelo fígado, têm dificuldade para serem eliminadas. As bilirrubinas então se depositam na pele, deixando-a amarelada.

Em casos mais avançados, a pele fica amarelo ouro (como um canário mesmo!) e a coceira pode ser intensa. Isso é chamado icterícia.

Mas não se assuste. O que costuma acontecer não é isso. O mais comum é que a pele fique impregnada por um nutriente chamado beta-caroteno.

Para alguns autores, os níveis sanguíneos de betacaroteno podem ser considerados os melhores indicadores do consumo de frutas e hortaliças. Quem come mais alimentos vegetais, tem níveis sanguíneos mais elevados.

Como faço para saber se estou amarelo por causa de icterícia ou por ingestão elevada de betacaroteno?

Esse diagnóstico é muito simples.

O beta-caroteno não deixa o branco dos olhos amarelo.

As bilirrubinas deixam o branco dos olhos impregnados, portanto amarelos.

Há exames de sangue que podem ser feitos, como a dosagem de bilirrubinas e de betacaroteno, que não deixam dúvidas sobre o responsável pela coloração amarelada da pele. Geralmente essa dosagem não é necessária para fazer essa distinção.

Por que a pele fica amarelada?

Isso ocorre pois o beta-caroteno é uma vitamina solúvel em gordura (lipossolúvel). Assim, ela se deposita nas gorduras. Como sob a nossa pele há gordura, pode ficar visível a sua coloração quando em quantidade elevada.

Nas palmas das mãos, isso pode ficar bem evidente.

Vamos conhecer melhor esse composto.

A primeira vitamina descoberta foi a Vitamina A. Não é coincidência que o seu nome é vitamina A, que é a primeira letra do alfabeto.

A Vitamina A pode ser considerada como um grupo de compostos que apresentam diversas ações no organismo. É isso mesmo! Vitamina A é uma forma genérica de juntar muitos compostos que têm ações parecidas.

De forma geral, a Vitamina A encontrada em alimentos de origem animal é chamada de Vitamina A pré-formada. Ela é absorvida na forma de um composto chamado Retinol, considerado uma das formas mais ativas da vitamina A. O fígado, leite integral e alguns alimentos fortificados são as fontes mais ricas desse composto.

A Vitamina A encontrada em alimentos vegetais é chamada de pró-vitamina A, ou carotenóides. No nosso organismo, ela pode ser transformada em Retinol (a forma ativa da Vitamina A). As formas mais comuns de carotenóides encontradas nos alimentos são o betacaroteno, alfa-caroteno e a beta-criptoxantina. Dentre eles, o beta-caroteno é a forma mais facilmente convertida em Retinol.

Portanto, quem come beta-caroteno, transforma esse composto em Retinol quando o organismo necessita.

São conhecidos cerca de 563 carotenóides na Natureza. Menos de 10% deles podem ser convertidos em vitamina A no organismo.

Cerca de 34 carotenóides foram identificados no organismo humano.

Cerca de 60 a 75% do betacaroteno pode ser convertido em Vitamina A no organismo humano. As demais formas de carotenóides apresentam uma conversão de apenas 2%. Portanto, o beta-caroteno é o mais importante e eficiente.

Se eu não ingerir vitamina A, mas apenas beta-caroteno, vou ter deficiência de Vitamina A?

Não. O betacaroteno é convertido na forma ativa da Vitamina A, o chamado Retinol. Assim, quem ingere betacaroteno em quantidade suficiente não precisa ingerir a Vitamina A de origem animal.

Quais são as ações da vitamina A, ou dos carotenóides?

Esses compostos apresentam inúmeras ações no nosso organismo.

Eles têm papel na visão, crescimento ósseo, reprodução, divisão das células, regulação do sistema imunológico, prevenção de infecções, reforçam as barreiras protetoras do corpo (pele, pulmões, intestinos e trato urinário) dificultando que bactérias e vírus penetrem por esses órgãos para invadir o nosso organismo.

Há estudos associando o uso de betacaroteno com benefícios ou riscos à saúde?

Sim, há alguns.

Há estudos associando o uso de suplementos de betacaroteno com uma maior incidência de câncer de pulmão e morte em tabagistas.

Suplemento não substitui alimento. O ponto interessante dos estudos é que o maior consumo de beta-aroteno proveniente de alimentos naturais está associado com a redução de diversos tipos de câncer. O mesmo não ocorre com o uso de suplemento de betacaroteno. Tudo indica que a proteção é muito mais eficaz devido aos componentes vegetais presentes no alimento, do que pelo betacaroteno, em si.

O maior consumo de betacaroteno proveniente de alimentos está associado com a redução de diversos tipos de câncer, especialmente de pulmão, cavidade oral, laringe, faringe e colo de útero.

Uma doença ocular específica que ocorre com o envelhecimento (degeneração macular senil), que é causa mais comum de cegueira irreversível em idosos norte-americanos, canadenses e europeus, tem sua incidência reduzida nas pessoas com maior ingestão de betacaroteno.

Alguns estudos, mas não todos, mostram que as pessoas que têm maior ingestão de betacaroteno têm menor incidência de catarata.

As doenças cardiovasculares também são menos prevalentes nas pessoas com maior ingestão de beta-caroteno.

Quais são as necessidades diárias de Vitamina A ou de betacaroteno?

Não há uma recomendação oficial estabelecida para o consumo de beta-aroteno ou de outros carotenóides.

O Instituto de Medicina dos Estados Unidos estabelecem que o consumo diário de 3 a 6 mg de betacaroteno (o que equivale a 833 a 1667 UI de vitamina A) mantém os níveis de betacaroteno no sangue adequados e se associam com a redução do risco de diversas doenças crônicas. Essa quantidade pode ser atingida ingerindo 5 ou mais porções diárias de frutas e hortaliças, incluindo as de folhas verdes escuras e as de cor amarela.

A deficiência de Vitamina A

Essa deficiência é mais comum em países em desenvolvimento.

Cerca de 250.000 a 500.000 crianças desnutridas em países em desenvolvimento ficam cegas a cada ano por deficiência de Vitamina A.

Em adultos, o uso de dietas restritivas em alimentos ricos nessa vitamina e o consumo excessivo de álcool são as principais causas de carência. A deficiência de zinco associada à de Vitamina A, comum nesses indivíduos, reduz a eficiência do organismo em retirar a vitamina A dos estoques corporais para ser utilizada. Isso agrava a deficiência.

A falta de ferro também atrapalha o metabolismo da Vitamina A.

Quais são os sinais e sintomas da deficiência de Vitamina A?

A cegueira noturna é um dos primeiros sinais de deficiência dessa vitamina. Quando há a carência da vitamina, a córnea fica seca e há lesões na retina. No Egito antigo, ela era curada com o consumo de fígado.

Também ocorre redução da imunidade, tanto na proteção contra a invasão de bactérias e vírus (redução da proteção pela passagem desses invasores pela pele, pulmões, trato urinário e digestivo) quanto pela menor habilidade do organismo em lutar contra esses germes que já invadiram o organismo.

Alterações de pele podem ser vistas também.

Encontramos crianças sem deficiência de vitamina A, mas com estoques corporais dessa vitamina já reduzidos. Nessas condições, essas crianças já apresentam maiores riscos de infecções respiratórias e diarréia infecciosa.

Há problema em ingerir vitamina A em excesso?

Excesso de ingestão de vitamina A (hipervitaminose A), proveniente de fontes animais (principalmente fígado) ou de suplementos, pode ser nociva. São 4 os principais problemas que a hipervitaminose A pode ocasionar: defeitos no desenvolvimento fetal, anormalidades no funcionamento do fígado, redução da densidade mineral óssea (resultando em osteoporose) e desordens no sistema nervoso central.

Os sintomas de toxicidade podem aparecer após curtos períodos de tempo de ingestão excessiva, se manifestando com náuseas, vômitos, dor de cabeça, tontura, alterações na visão e falta de coordenação muscular.

Há derivados da vitamina A (retinóides) utilizados em dermatologia, para o tratamento da acne, psoríase e outras desordens da pele. A Isotretinoína (Roccutane® ou Accutane®) são exemplos, podendo causar sérias conseqüências ao fígado e especialmente ao feto (caso a mulher esteja ou fique grávida) durante o tratamento, devendo, por isso, ser acompanhada de perto pelo seu médico.

Há riscos em ingerir beta-caroteno em excesso?

Os carotenóides, como o beta-caroteno, ingeridos em altas doses são considerados seguros, pois não estão associados a efeitos nocivos ao organismo.

Quando os estoques de Vitamina A (Retinol) do organismo estão repletos, a conversão do beta-aroteno em Vitamina A é diminuída.

A coloração amarelada da pele ocorre, mas isso não é considerado perigoso à saúde.

O consumo elevado betacaroteno, apenas deixa a pele amarelada. A questão aqui é apenas estética, e não traz prejuízo algum ao organismo.

Estou amarelo. Como faço para ficar menos amarelo?

Você pode ingerir menor quantidade dos alimentos mais ricos em betacaroteno, como cenoura, abóbora, mamão, batata-doce...

Você pode utilizar a cenoura e tomate sempre crus.

Reduza o consumo de óleos nas refeições que contêm alimentos ricos em betacaroteno.

Se a sua intenção for justamente o contrário, ou seja, aumentar a ingestão de betacaroteno, faça justamente o contrário do que descrevi acima.

Por quê?

A biodisponibilidade (o quanto conseguimos absorver) de carotenóides provenientes de alimentos crus pode ser de menos de 5% (como na cenoura crua).

O alimento cozido apresenta uma melhor absorção de carotenóides do que o cru. Isso é verdadeiro especialmente para o licopeno, um carotenóide encontrado em maior abundância no tomate, goiaba vermelha e melancia, e que está associado com a redução do risco de câncer de próstata.

No entanto, o cozimento (em água) prolongado de hortaliças reduz a absorção de carotenóides, pois altera a sua estrutura. Como exemplo, a cenoura crua, quando cozida, perde 27% da sua forma ativa de carotenóides. Já o cozimento breve aumenta a absorção.

A absorção de carotenóides é intensificada quando há ingestão de lipídios na mesma refeição.

A menor biodisponibilidade de carotenóides, para a maior pode ser encontrada na seguinte seqüência: espinafre (folhas cruas), cenouras e pimentões (crus), tomate (suco cru sem gordura), cenoura e pimentões (moderadamente cozidos), suco de tomate (cozido com óleo), abóbora, cará, inhame e batata-doce, mamão, pêssego e suplementos naturais ou sintéticos (preparados com óleos).

Apenas a título de curiosidade, as margarinas enriquecidas com fitoesteróis reduzem a absorção de carotenóides.

 

Fonte: http://www.alimentacaosemcarne.com.br

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Selênio

Nutrientes ingeridos em quantidade adequada são importantes para a manutenção do funcionamento correto do nosso organismo. O excesso de muitos deles podem ser prejudiciais á saúde.

Dificilmente a ingestão proveniente de alimentos pode ser tóxica ou trazer efeitos indesejáveis, mas quando o nutriente vem por meio de suplementação inadequada (níveis elevado por período prolongado) os efeitos deletérios podem ser vistos no organismo.

Um dos únicos nutrientes capazes de causar intoxicação quando ingerido em excesso, por meio dos alimentos, é o selênio. Vamos conversar sobre ele.

Quanto precisamos ingerir por dia

A quantidade de selênio preconizada para um adulto ingerir diariamente é de 55 mcg. Gestantes necessitam 60 mcg e mulheres amamentando, 70 mcg.

Onde encontramos o selênio?

Diversos alimentos contêm selênio, mas o que determina o teor nos alimentos é a quantidade presente no solo. Isso pode ser um problema, pois como as plantas não necessitam de selênio para o seu crescimento, na agricultura moderna a adubação não é feita com esse mineral incorporado aos compostos utilizados na terra. O uso de alimentos industrializados também podem contribuir para a falta de ingestão de selênio, já que o refinamento de alimentos, assim como a escolha por uma alimentação rápida e processada trará uma ingestão de alimentos mais pobres no mineral.

No nosso país, a região norte, o litoral e o sul do país são as áreas que possuem o solo mais rico em selênio.

A Castanha do Pará é um alimento riquíssimo em selênio, sendo nutricionalmente a nossa referência quando pensamos no nutriente e no alimento que o contém em maior quantidade.

Algumas tabelas com valores nutricionais divergem entre si com relação ao teor de selênio das Castanhas do Pará. A Tabela emitida pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos aponta para os seguintes valores em 100 gramas do produto: 656 calorias com 1917 mcg de selênio. Sendo essa tabela uma das que traz um dos valores mais elevados de selênio por 100 gramas do produto, entendemos que uma única Castanha (pesando cerca de 5 gramas) contém 87 mcg de Selênio. Algumas tabelas trazem o valor de 55 mcg de Selênio por Castanha do Pará.

Efeitos tóxicos

De forma geral, os efeitos tóxicos são encontrados quando o consumo de selênio excede 850 mcg por dia.

Esse valor pode ser atingido ao ingerirmos diariamente 10 Castanhas do Pará.

Quando há toxicidade, os principais sinais e sintomas são: hálito com odor de alho, cansaço, dores e fraqueza muscular, irritação, unhas e cabelos frágeis. Alterações no sistema gastrointestinal e sistema nervoso também podem ocorrer.

Atenção: unhas e cabelos frágeis também podem ser decorrentes da carência de outros nutrientes.

A função do selênio

Uma das principais funções do selênio é na proteção contra os famosos radicais livres.

Ele tem o que chamamos de atividade antioxidante. O selênio atua como um cofator para a enzima glutationa peroxidase.

As funções das células de defesa (linfócitos e natural killer) são influenciadas pelos seu nível sanguíneo. Na formação da forma ativa do hormônio da tireóide, o selênio apresenta uma atuação importante.

A recomendação prática é: não consuma mais do que 10 Castanhas do Pará por dia.

 

Fonte: http://www.alimentacaosemcarne.com.br

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Entidades Oficiais que apóiam o vegetarianismo

Diversas entidades internacionais oficiais (não vegetarianas) emitem pareceres sobre a dieta vegetariana.

Em todos os pareceres, a observação é a mesma: as dietas vegetarianas (inclusive veganas) são nutricionalmente adequadas para todos os ciclos da vida quando planejadas adequadamente.

Confira algumas delas.

American Dietetic Association (Associação Dietética Americana) e Dietitians of Canada (Nutricionistas do Canadá) - Publicado em 2003

(http://www.eatright.org/cps/rde/xchg/ada/hs.xsl/advocacy_933_ENU_HTML.htm)

J Am Diet Assoc.2003;103:748-765

"O parecer da American Dietetic Association e Dietitians of Canada é que as dietas vegetarianas corretamente planejadas são saudáveis, adequadas em termos nutricionais e trazem benefícios para a saúde na prevenção e no tratamento de determinadas doenças.


"As dietas veganas e vegetarianas de outros tipos, se bem planejadas, são adequadas para todos os estágios do ciclo vital, inclusive durante a gravidez, lactação, infância e adolescência.


"Os profissionais da nutrição têm a responsabilidade de apoiar e encorajar os que demonstram interesse pelo consumo de uma dieta vegetariana."

O parecer já existia em 1997: http://www.vrg.org/nutrition/adapyramid.htm

American Heart Association

(http://216.185.112.5/presenter.jhtml?identifier=4777 )

"Dietas vegetarianas são saudáveis e nutricionalmente adequadas se forem cuidadosamente planejas e incluírem nutrientes essenciais".


FDA (Food and Drug Administration)

(http://www.cfsan.fda.gov/~dms/nutguide.html )

"Dietas vegetarianas são compatíveis com as diretrizes dietéticas americanas e podem satisfazer as recomendações nutricionais diárias (RDA)... veganos necessitam suplementar a sua dieta com fontes de vitamina B12... A dieta vegana, particularmente para crianças, requer cuidados para assegurar um aporte adequado de vitamina D e cálcio, os quais muitos americanos obtêm de produtos lácteos."

"What about vegetarian diets?

Some Americans eat vegetarian diets for reasons of culture, belief,
or health. Most vegetarians eat milk products and eggs, and as a group,
these lacto-ovo-vegetarians enjoy excellent health. Vegetarian diets are
consistent with the Dietary Guidelines for Americans and can meet
Recommended Dietary Allowances for nutrients. You can get enough protein
from a vegetarian diet as long as the variety and amounts of foods
consumed are adequate. Meat, fish, and poultry are major contributors of
iron, zinc, and B vitamins in most American diets, and vegetarians
should pay special attention to these nutrients.

Vegans eat only food of plant origin. Because animal products are
the only food sources of vitamin B12, vegans must supplement their diets
with a source of this vitamin. In addition, vegan diets, particularly
those of children, require care to ensure adequacy of vitamin D and
calcium, which most Americans obtain from milk products."


College of Family and Consumer Sciences, University of Georgia

(http://www.fcs.uga.edu/pubs/current/FDNS-E-18.html)

"A dieta vegetariana pode ser uma dieta muito saudável... "


Kids Health, Nemours Foundation

(http://kidshealth.org/parent/nutrition_fit/nutrition/vegetarianism.html)


"Abandonar a carne pode parecer uma má idéia, mas muitos especialistas em nutrição e medicina concordam que uma dieta vegetariana bem planejada pode realmente ser um caminho saudável de alimentação."

Leia mais no Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América (USDA)

(http://www.nal.usda.gov/fnic/etext/000058.html)

 

Fonte: www.alimentacaosemcarne.com.br

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Para entender...

Autor: Dr Eric Slywitch

Se diversas entidades científicas*, após revisões da literatura médica, afirmam que não é preciso comer carne, por que muitos profissionais apregoam o contrário?

Aqui precisamos fazer algumas considerações.

Como não nascemos com manual de instrução, para nos orientarmos quanto às nossas necessidades nutricionais, assim como diversos outros aspectos do nosso funcionamento, recorremos às pesquisas científicas.

Se consultarmos os arquivos de pesquisas médico/nutricionais encontraremos relatos de crianças e adultos vegetarianas e macrobióticas (não necessariamente vegetarianas!) com deficiências nutricionais decorrentes da dieta.

Mas também encontraremos pesquisas demonstrando que há crianças e adultos seguindo dietas vegetarianas e macrobióticas com crescimento e desenvolvimento adequados, sem deficiências nutricionais.

Por que isso ocorre?

A análise dessas situações distintas demonstra claramente que a diferença não está no fato de comer ou não carne, mas sim na forma de elaborar a alimentação sem carne.

Dessa forma, uma dieta bem planejada, sem carne e sem derivados animais, pode ser nutricionalmente adequada e promover o crescimento e desenvolvimento adequados. É isso que afirmam os pareceres sobre dietas vegetarianas que analisaram as diferenças dos estudos.

O fato é que a maioria dos profissionais de saúde não sabem quase nada sobre dieta vegetariana. Muitos pensam que os vegetarianos só se alimentam de verduras. E por mais absurdo que isso possa parecer ainda encontramos pessoas que esquecem que o reino vegetal é composto de vários outros grupos: cereais (trigo e seus derivados - pães, macarrão -, arroz, milho, centeio, cevada, cevadinha, painço...), leguminosas (grão de bico, lentilha, ervilha, soja e todas aos outras dezenas de variedades de feijões...), oleaginosas (nozes, amêndoas, amendoim, castanha-do-pará...), frutas, legumes e verduras.

Pelo desconhecimento do que é ou deixa de ser uma dieta vegetariana (inclusive sobre a inclusão ou não de ovos, leite ou derivados - que também podem fazer parte da dieta vegetariana), alguns profissionais lêem um artigo sobre crianças com anemia por falta de ferro (ferropriva), por exemplo, e concluem que a dieta vegetariana induz a anemia.

Isso é tão absurdo quanto a seguinte situação fictícia. Analisamos uma população financeiramente carente e desnutrida, mas que come carne e, portanto, é onívora. Verificamos que a prevalência de anemia ferropriva e desnutrição protéico-calórica é elevada nesse grupo. Assim concluímos que uma dieta com uso de carne leva à desnnutrição e anemia.

Vamos então supor que essa população deva se tornar vegetariana para corrigir esse distúrbio? Ou será que devemos voltar a nossa atenção para o aspecto econômico desse grupo e analisar também a quantidade e a qualidade nutricional ingerida?

É esse raciocínio precário e simplório que muitos profissionais fazem ao analisarem uma dieta vegetariana.

Vale a pena ressaltar que a anemia ferropriva é uma das deficiências nutricionais mais prevalentes no Brasil, e, no entanto, quase toda a nossa população faz uso de carne.

Com relação às gestantes e demais fases da vida, segue o mesmo raciocínio.

* (http://www.alimentacaosemcarne.com.br/ciencia-e-vegetarianismo/entidades-oficiais-que-apoiam-o-vegetarianismo.html)

 

Fonte: www.alimentacaosemcarne.com.br

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Participe do nosso estudo

Estamos desenvolvendo alguns trabalhos científicos no Instituto do Coração com vegetarianos.

Precisamos de voluntários (vegetarianos ou não) para o estudo. O estudo é inovador e pode contribuir mais ainda com os dados benéficos que encontramos na literatura científica sobre o assunto abordado.Os primeiros resultados são positivos e já foram apresentados em congressos brasileiros e internacionais!!!

Trabalho Científico: Dieta Vegetariana x Colesterol


Com o objetivo de avaliar os efeitos benéficos da dieta vegetariana no metabolismo da gordura da alimentação e do colesterol, importantes fatores de risco para doenças cardiovasculares, estamos desenvolvendo um estudo no Laboratório de Lípides do Instituto do Coração (InCor - HC - FMUSP).

Com esse propósito, estamos convocando indivíduos vegetarianos, semi-vegetarianos e onívoros que tenham interesse em participar dessa pesquisa.

Contato: (11) 3069-5108 Dra. Carmen Vinagre
Fernanda Pozzi
Juliana Vinagre

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Fonte: www.alimentacaosemcarne.com.br

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Germinados

Os alimentos germinados têm ganhado espaço nas dietas vegetarianas. No entanto, as informações errôneas a respeito do seu valor nutricional são marcantes. Vamos clarear esse assunto.

Valor energético

Para a nutrição, energia significa caloria.

Para o olhar espiritualista, o valor energético pode ser associado com a energia sutil que o alimento traz.

Nesse texto, não faço referência à energia sutil do alimento, pois esse enfoque foge aos métodos utilizados pela ciência atual na avaliação dos alimentos.

Conversaremos sobre os valores nutricionais bioquímicos, referentes aos macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras), vitaminas e minerais dos germinados.

Do grão à planta adulta

A germinação é o início de um processo que leva a semente a se tornar uma planta. Nesse processo, os seus valores nutricionais são intensamente modificados.

Enquanto a semente não consegue retirar nutrientes do solo (pela raiz) e nem realizar o processo de fotossíntese (pelas folhas), ela conta com a utilização dos nutrientes que estão no seu interior. Consequentemente ocorre redução dos teores dos nutrientes.

A redução do ácido fítico

O ácido fítico é um composto que dificulta a absorção pelo nosso organismo do ferro, cálcio e zinco presentes no alimento ingerido. Ele é encontrado nas sementes que brotam (cereais integrais, feijões, oleaginosas...).

O ácido fítico é uma reserva energética da semente, e é consumido no início da germinação, onde há necessidade de energia para o processo. Em 12 a 24 horas do início do processo de germinação (contado a partir do momento que a semente é colocada na água), a quantidade desse ácido já é reduzida a ponto de não mais prejudicar a absorção desses três minerais.

Assim, um dos processos mais interessantes na germinação, em termos nutricionais, é a redução do ácido fítico, que faz com que a absorção de ferro, cálcio e zinco seja mais fácil pelo nosso organismo.

O perfil geral dos nutrientes

De forma geral, manter o grão em processo de germinação por mais tempo, leva a um empobrecimento de quase todos os seus nutrientes.

O ganho de nutrientes costuma ser mais acentuado com relação ao sódio, vitamina C, vitamina A, e às vezes outras vitaminas do complexo B.

O teor de proteínas, assim como da maioria das vitaminas e minerais sofrem reduções muito importantes. Confira na tabela abaixo.

 

Valor Nutricional dos alimentos antes e depois da germinação.
Fonte: Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América
Alimento TRIGO
Forma Grão Cru Grão Germinado % de perda % de ganho
Quantidade (gramas) 100 100
Energia (quilocalorias) 339 198 41,6
MACRONUTRIENTES:
Proteína (g) 13,68 7,49 45,2
Lipídio (g) 2,47 1,27 48,6
Carboidrato (g) 71,13 42,53 40,2
MINERAIS:
Cálcio (mg) 34 28 17,6
Ferro (mg) 3,52 2,14 39,2
Magnésio (mg) 144 82 43,1
Fósforo (mg) 508 200 60,6
Potássio (mg) 431 169 60,8
Sódio (mg) 2 16 700,0
Zinco (mg) 4,16 1,65 60,3
Cobre (mg) 0,553 0,261 52,8
Manganês (mg) 3,012 1,858 38,3
Selênio (mg) 89,4 42,5 52,5
VITAMINAS:
Vitamina C (mg) 0 2,6 mais de 160
B1 (mg) 0,419 0,225 46,3
B2 (mg) 0,121 0,155 28,1
B3 (mg) 6,738 3,087 54,2
B5 (mg) 0,935 0,947 1,3
B6 (mg) 0,419 0,265 36,8
B9 (mg) 43 38 11,6
B12 (mg) 0 0 0 0
A (UI) 0 0 0 0
TIPOS DE GORDURAS:
Saturada (g) 0,454 0,206 54,6
Monoinsaturada (g) 0,344 0,151 56,1
Poliinsaturada (g) 0,978 0,557 43,0
Ômega-6 (g) 0,93 0,531 42,9
Ômega-3 (g) 0,048 0,026 45,8
Alimento LENTILHA
Forma Grão Cru Grão Germinado % de perda % de ganho
Quantidade (gramas) 100 100
Energia (quilocalorias) 353 106 70,0
MACRONUTRIENTES:
Proteína (g) 25,8 8,96 65,3
Lipídio (g) 1,06 0,55 48,1
Carboidrato (g) 60,08 22,14 63,1
MINERAIS:
Cálcio (mg) 56 25 55,4
Ferro (mg) 7,54 3,21 57,4
Magnésio (mg) 122 37 69,7
Fósforo (mg) 451 173 61,6
Potássio (mg) 955 322 66,3
Sódio (mg) 6 11 83,3
Zinco (mg) 4,78 1,51 68,4
Cobre (mg) 0,519 0,352 32,2
Manganês (mg) 1,33 0,506 62,0
Selênio (mg) 8,3 0,6 92,8
VITAMINAS:
Vitamina C (mg) 4,4 16,5 275,0
B1 (mg) 0,873 0,228 73,9
B2 (mg) 0,211 0,128 39,3
B3 (mg) 2,605 1,128 56,7
B5 (mg) 2,14 0,578 73,0
B6 (mg) 0,54 0,19 64,8
B9 (mg) 479 100 79,1
B12 (mg) 0 0 0 0
A (UI) 39 45 15,4
TIPOS DE GORDURAS:
Saturada (g) 0,156 0,057 63,5
Monoinsaturada (g) 0,189 0,104 45,0
Poliinsaturada (g) 0,516 0,219 57,6
Ômega-6 (g) 0,404 0,181 55,2
Ômega-3 (g) 0,109 0,038 65,1
Alimento ERVILHA
Forma Grão Cru Grão Germinado % de perda % de ganho
Quantidade (gramas) 100 100
Energia (quilocalorias) 341 124 63,6
MACRONUTRIENTES:
Proteína (g) 24,55 8,8 64,2
Lipídio (g) 1,16 0,68 41,4
Carboidrato (g) 60,37 27,11 55,1
MINERAIS
Cálcio (mg) 55 36 34,5
Ferro (mg) 4,43 2,26 49,0
Magnésio (mg) 115 56 51,3
Fósforo (mg) 366 165 54,9
Potássio (mg) 981 381 61,2
Sódio (mg) 15 20 33,3
Zinco (mg) 3,01 1,05 65,1
Cobre (mg) 0,866 0,272 68,6
Manganês (mg) 1,391 0,438 68,5
Selênio (mg) 1,6 0,6 62,5
VITAMINAS:
Vitamina C (mg) 1,8 10,4 477,8
B1 (mg) 0,726 0,225 69,0
B2 (mg) 0,215 0,155 27,9
B3 (mg) 2,889 3,088 6,9
B5 (mg) 7,758 1,029 86,7
B6 (mg) 0,174 0,265 52,3
B9 (mg) 274 144 47,4
B12 (mg) 0 0 0 0
A (UI) 149 166 11,4
TIPOS DE GORDURAS:
Saturada (g) 0,161 0,124 23,0
Monoinsaturada (g) 0,242 0,061 74,8
Poliinsaturada (g) 0,495 0,326 34,1
Ômega-6 (g) 0,411 0,265 35,5
Ômega-3 (g) 0,084 0,061 27,4

 

A dieta crudivorista

Para compensar o empobrecimento dos grãos germinados, a pessoa que segue uma dieta crua deve utilizar um maior volume desses alimentos para a obtenção dos nutrientes.

Isso pode ser bastante interessante para os que querem perder peso, pois há possibilidade de uma maior ingestão de alimentos (em quantidade) obtendo um menor teor calórico.

Para atingir o mesmo valor nutricional do alimento não germinado, frequentemente é necessário comer o dobro, ou mais, da quantidade do grão germinado.

A adoção de uma dieta crudívora pode ser perfeitamente compatível com as necessidades nutricionais do indivíduo quando bem planejada e levada em conta as diferenças nutricionais e o empobrecimento que a germinação ocasiona.

 

Fonte: www.alimentacaosemcarne.com.br

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Vegetarianismo

De forma genérica, vegetariano é o indivíduo que não utiliza nenhum tipo de carne (vermelhas ou brancas) na sua dieta.

Vegetarianismo é sinônimo de alimentação sem carne. Essa é a característica comum de todos os vegetarianos.

O vegetariano pode ou não utilizar derivados animais na sua alimentação.

Ovo-lactovegetariano: é o vegetariano que utiliza ovos, leite e laticínios na sua alimentação.

Lactovegetariano: é o vegetariano que não utiliza ovos, mas faz uso de leite e laticínios.

Vegetariano estrito: é o vegetariano que não utiliza nenhum derivado animal na sua alimentação. É também conhecido como vegetariano puro.

Vegano: é o indivíduo vegetariano estrito que recusa o uso de componentes animais não alimentícios, como vestimentas de couro, lã e seda, assim como produtos testados em animais. Em inglês você vai encontrar o termo "vegan" como referência a esse indivíduo. No Brasil esse termo foi traduzido como vegano.

Crudivorista: é, na grande maioria dos casos, um vegetariano estrito que utiliza alimentos crus, ou aquecidos no máximo a 42oC. Alguns podem aceitar leite cru e carne crua também, descaracterizando o termo vegetariano estrito. A utilização de alimentos em processo de germinação (cereais integrais, leguminosas e olegainosas) é comum nessa dieta. Diferente do que se pode imaginar, essa dieta apresenta preparações bastante sofisticadas e saborosas.

Frugivorismo: vegetariano estrito que utiliza apenas frutos na sua alimentação. O conceito de "frutos", nesse caso, segue a definição botânica, que inclui os cereais, alguns legumes (abobrinha, beringela...), oleaginosos e as frutas.

Macrobiótico: designa uma forma de alimentação que pode ou não ser vegetariana. O macrobiótico tem um tipo de alimentação específica, baseada em cereais integrais, com um sistema filosófico de vida bastante peculiar e caracterizado. A dieta macrobiótica, diferentemente das vegetarianas, apresenta indicações específicas quanto à proporção dos grupos alimentares a serem utilizados. Essas proporções seguem diversos níveis, podendo ou não incluir as carnes (geralmente brancas). A macrobiótica não recomenda o uso de leite, laticínios ou ovos.

Semi-vegetariano: indivíduo que faz uso de carnes, geralmente brancas, em menos de 3 refeições por semana. Alguns consideram essa terminologia quando em apenas uma refeição por semana. Esse termo ganha importância nos estudos científicos, na comparação dos efeitos à saúde entre vegetarianos e onívoros, já que, teoricamente, o semi-vegetariano consome carne, mas menos do que um onívoro. Atenção: esse indivíduo não é vegetariano.

Onívoro: é o indivíduo que aceita qualquer tipo de alimento na sua dieta.

 

Fonte: www.alimentacaosemcarne.com.br

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Vitaminas

Vitaminas são compostos orgânicos presentes naturalmente nos alimentos. Elas se encontram em pequenas e diferentes quantidades e são fundamentais para o metabolismo normal.

As vitaminas possuem funções corporais específicas.

A falta de uma vitamina causa prejuízos ao bom funcionamento do organismo.

Algumas vitaminas, quando em excesso, apresentam efeitos tóxicos.

As vitaminas são divididas em 2 grandes grupos:

1- Insolúveis em água, ou solúveis em gordura (lipossolúveis): vitaminas A, D, E e K.

2- Solúveis em água (hidrossolúveis): vitaminas do Complexo B e Vitamina C.

Há compostos com atividades ainda não completamente elucidadas, como colina, inositol, ácido pangâmico, ácio orótico, vitamina U, vitamina F.

 

Fonte: www.alimentacaosemcarne.com.br

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Minerais

minerais

Minerais são compostos com funções essenciais ao organismo.

Eles podem atuar isoladamente ou fazendo parte de compostos, como hormônios, enzimas, secreções e proteínas.

Eles podem ter ação sinérgica entre si. Assim, o excesso ou deficiência de um pode interferir no metabolismo do outro.

Eles podem ser classificados como se segue:

Eletrólitos

Sódio, potássio, cloro.

Macronutrientes ou minerais

Cálcio, magnésio, fósforo e enxofre

Micronutrientes essenciais ou elementos-traços

Ferro, cobre, zinco, selênio, cromo, iodo, manganês, molibdênio e níquel.

Elementos ultratraços

Cobalto, flúor, silício, vanádio, estanho, chumbo, mercúrio, boro, estrôncio, lítio, cádmio e arsênico.

 

Fonte: www.alimentacaosemcarne.com.br

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Colesterol elevado

As doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no Brasil.

As suas manifestações mais conhecidas são o infarto agudo do miocárdio (músculo cardíaco), insuficiência cardíaca e morte súbita.

A redução dos níveis sanguíneos de colesterol é ima intervenção eficaz na redução do surgimento das doenças cardiovasculares. Estudos demonstram que para cada redução de 10% de colesterol no sangue, há uma redução de 15% do risco de morte por doenças cardiovasculares.

Autor: Dr Eric Slywitch

Dislipidemias (alteração das gorduras no sangue)
No Brasil, o excesso de colesterol no sangue (definido como um valor maior do que 200 mg/dL) ocorre em 38% dos homens e 42% das mulheres. Os níveis mais elevados são encontrados nos idosos e nas mulheres.
Uma reunião de 9 estudos, apontou uma redução do colesterol em 14% nos ovolactovegetarianos e 35% nos vegetarianos estritos quando comparados com os onívoros.
Outro estudo, reunindo 76.000 pessoas demonstrou que, quando comparado com os onívoros, os vegetarianos apresentavam redução de mortalidade por doenças cardiovasculares em 31% nos homens e 20% nas mulheres.

Que é o colesterol?
O colesterol não é um componente do mal. Ele é vital para o funcionamento do organismo, desempenhando diversas funções, fazendo parte das membranas das células e sendo utilizado como matéria-prima para a produção de vitamina D e outros hormônios.
O problema é quando ele está em excesso, ou quando os seus transportadores estão desbalanceados!

Importante
A maior fonte de colesterol no organismo é a produção pelo nosso fígado. Isso mesmo! Cerca de 80% do colesterol que circula no organismo de um onívoro foi produzido pelo fígado e cerca de 20% vem da dieta.
Portanto, tão importante quanto reduzir a ingestão de colesterol, é ajustar a produção dele pelo fígado.

Colesterol bom e ruim
Você já deve ter ouvido falar que existe o colesterol bom e o ruim, não ouviu? Isso é mentira! Colesterol é colesterol, não tem um tipo bom e outro ruim. O que existe são transportadores de colesterol diferentes no sangue. Como esses transportadores são proteínas (que carregam os lipídios), são chamados de lipoproteínas.
É importante que não haja muita gordura no sangue, pois isso pode acelerar a obstrução de vasos sanguíneos.
A lipoproteína que leva o colesterol dos depósitos para o sangue é a LDL (low density lipoprotein), sendo popularmente conhecida como o colesterol ruim.
A lipoproteína que leva o colesterol do sangue para os depósitos é a HDL (high density lipoprotein), popularmente conhecida como colesterol bom, já que "limpa" o colesterol circulante.
Portanto, é bom termos o LDL baixo e o HDL alto.

A formação da placa de gordura nos vasos sanguíneos
A formação de placas de gordura nos vasos sanguíneos tem relação com o colesterol em excesso circulante.
A longo prazo isso pode causar uma obstrução ao fluxo de sangue e ao local que esse vaso irriga. Imagine isso ocorrendo num vasinho do coração. O local que esse vasinho levava sangue ao músculo cardíaco fica sem oxigênio (já que é através do sangue que o oxigênio é levado aos tecidos), ocorrendo o sofrimento e até a morte dessa musculatura. Isso é um infarto agudo do miocárdio.

A aterosclerose é um processo silencioso
A progressão do entupimento dos vasos é um processo que não traz sintoma algum. Metade das pessoas têm a sua primeira manifestação através de um infarto. Não descuide! Faça anualmente uma avaliação médica e a dosagem dos níveis sanguíneos do colesterol.

Avaliação laboratorial das dislipidemias
Para a avaliação é necessário que você esteja em jejum por 12 a 14 horas por causa dos triglicérides. Avaliamos os níveis de colesterol total, HDL, LDL e dos triglicérides do sangue.

As minhas gorduras no sangue estão alteradas. O que devo fazer?
A primeira atitude é se abrir para modificar o seu estilo de vida e a alimentação.

TERAPIA NUTRICIONAL

A IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia de 2007 é bastante enfática nas modificações no estilo de vida.

Colesterol e gorduras saturadas
As gorduras (tipo e quantidade) presentes nos alimentos influenciam os níveis de colesterol no sangue.
Existe um limite na absorção intestinal do colesterol ingerido. A maioria da população absorve metade do colesterol ingerido, enquanto pequena parte absorve maior quantidade. O colesterol é encontrado apenas em alimentos de origem animal.
Já a absorção de gordura saturada é ilimitada. A sua ingestão promove impacto negativo nos níveis de colesterol. Para reduzi-la, restrinja a ingestão de gordura animal.
Reduza a ingestão de ácido láurico (óleo de coco), ácido mirístico (gorduras animais, óleo de coco, leite e derivados) e ácido palmítico (gorduras animais e azeite de dendê).

Ácidos graxos insaturados
A substituição (mantendo o mesmo número de calorias) de gordura saturada por gorduras poliinsaturadas (principalmente ômega-6, encontrado no óleo de soja, milho e girassol) reduz o colesterol total e o LDL. O inconveniente do ômega-6 é que ele reduz o HDL, se utilizado em grande quantidade.
O ômega-3 (linhaça, canola e soja) reduz os triglicérides e também a viscosidade do sangue; tem um efeito antiinflamatório e previne trombose.
O ômega-9 (azeite de oliva, canola, abacate, nozes, amêndoas) atua da mesma forma que o ômega-6, mas tem um efeito mais adequado por reduzir o colesterol total e o LDL, mas sem reduzir o HDL.

Ácidos graxos trans
São formados durante o processo de hidrogenação de óleos vegetais.
Eles elevam os triglicéride e o LDL e reduzem o HDL, ou seja: tudo de ruim!!
Muito cuidado com a gordura vegetal hidrogenada: sorvetes cremosos, chocolates, pães recheados, molhos prontos para salada, sobremesas cremosas, biscoitos recheados, alimentos crocantes (nuggets, croissants, tortas), bolos industrializados, margarinas duras e "fast foods".

Fibras
As fibras chamadas solúveis (feijões, aveia, cevadinha, maçã) reduzem o tempo de trânsito intestinal e a absorção do colesterol. O farelo de aveia é um dos alimentos mais ricos nesse tipo de fibra. Um fato interessante desse tipo de fibra é que quando elas chegam ao intestino grosso, as bactérias a utilizam e produzem alguns tipos de gorduras que chamamos de ácidos graxos de cadeia curta. Esses ácidos são absorvidos, vão até o fígado e reduzem a produção de colesterol que ele sintetiza.

Fitoesteróis
São encontrados apenas em vegetais.
Eles competem com o colesterol para serem absorvidos, reduzindo assim a absorção do colesterol. A ingestão necessária para reduzir em 10 a 15% o LDL é de 2 g/dia. Uma dieta onívora balanceada fornece 200 a 400 mg de fitoesteróis. Não dispomos de dados com relação à ingestão em dietas vegetarianas.

Proteína de soja
A ingestão de 25 gramas por dia de proteína de soja reduz o LDL do sangue em 6%.

Antioxidantes
Os antioxidantes são fundamentais para manter as lipoproteínas íntegras e evitar que a gordura que elas carregam sejam "jogadas" nos vasos sanguíneos.
Os flavonóides (qüercitina, campferol, miricetina e crisina) são antioxidantes encontrados em diversos alimentos (verduras, cereja, amora, uva, morango, jabuticaba, grãos, sementes, castanhas, condimentos, ervas, suco de uva, vinho e chá).
Outros antioxidantes são as vitaminas E, C e o beta-caroteno.
A alimentação adequada é considerada a melhor forma de adquirir esses componentes, não havendo recomendação sistematizada para suplementação.

Café
Os grãos de café contém duas substâncias (cafestol e Kahweol) que elevam o colesterol. Quando se faz o café e ele é coado em filtro de papel, parte dessas substâncias são separadas da bebida.
O café feito em coador de pano, ou do tipo expresso não deve ser utilizado.

Álcool
Deve ser completamente abolido para quem tem triglicérides elevado.
Com relação ao colesterol, parece ter efeito positivo (aumentando o HDL e inibindo a agregação plaquetária) quando consumido com moderação (350 mL de cerveja, 30 mL de destilado e 100 mL de vinho por dia).
Muita atenção aqui! Apesar desse efeito positivo sobre o colesterol, o efeito do álcool é desastroso sobre o açúcar no sangue (diabéticos), aumenta a pressão arterial, causa alterações gastrointestinais, câncer de pâncreas e cirrose.

ATIVIDADE FÍSICA
A atividade física aeróbia, praticada regularmente, reduz os níveis sanguíneos de triglicérides e aumenta o de HDL. Os níveis de LDL não são modificados de forma significativa, mas a sua renovação no sangue é mais rápida, o que também reduz o risco de doenças cardiovasculares. Seria algo como "não deixar o LDL ficar velho".
Pessoas que têm problemas cardiovasculares devem praticar atividade física supervisionados por uma equipe multiprofissional.

Quando entra a medicação no tratamento do colesterol elevado?
A medicação deve ser instituída em duas condições:
a) Quando as modificações no estilo de vida não apresentam efeito satisfatório na redução do colesterol;
b) quando o risco à saúde da pessoa é elevado a ponto de não podermos aguardar o tratamento baseado na alimentação e estilo de vida surtir efeito.
Durante o uso da medicação as medidas comportamentais e nutricionais sempre devem ser seguidas. Medicação não significa poder voltar a se alimentar inadequadamente.

 

Fonte: www.alimentacaosemcarne.com.br

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Prisão de ventre

Obstipação intestinal, ou prisão de ventre, é uma alteração do trânsito intestinal que resulta na diminuição do número de evacuações e alteração na sua consistência (ressecamento).

Autor: Dr Eric Slywitch

Conhecendo o trânsito intestinal

Ao colocarmos um alimento na boca, começa o processo digestivo. Esse material, em processo de digestão, percorrerá todo o tubo digestivo, onde haverá o término da sua digestão e a absorção dos nutrientes e compostos presentes nele, até atingir o intestino grosso, onde será formado o bolo fecal para ser eliminado.

Esse trajeto é bastante longo. Da boca ao ânus são cerca de 9 metros, sendo 25 cm de esôfago, 25 cm de estômago, 7 metros de intestino delgado (ponto importantíssimo para a absorção dos nutrientes) e 1,5 metros de intestino grosso.


Quanto tempo demora para o alimento ingerido chegar no intestino grosso?

Isso pode variar conforme o tipo de alimento ingerido e a sua preparação.

O alimento costuma permanecer no estômago de 1 a 5 horas, dependendo da sua composição. Quando ingerimos alimentos liquidificados, o esvaziamento do estômago começa após 5 minutos. Quando o alimento é sólido, esse esvaziamento tem início após 20 a 25 minutos.

A passagem pelo intestino delgado costuma ocorrer em 90 minutos (o seu conteúdo caminha numa velocidade de 10 centímetros por minuto). Nesse trajeto a digestão se completa e a absorção dos nutrientes é bastante intensificada.

Assim, para o conteúdo chegar ao intestino grosso, pode ser necessário 1,5 a 6,5 horas.

O intestino grosso.

É aqui que as fezes serão formadas.

O intestino grosso tem uma forte atuação na retirada de água do material que está dentro dele.

Para que você tenha uma idéia, diariamente chega ao intestino grosso cerca de 1500 ml de conteúdo digestivo (que chamamos de quimo), mas apenas 100 ml saem pelas fezes.

O intestino grosso tem a capacidade de absorver 5 a 7 litros de água por dia.

Quanto mais tempo a pessoa fica sem evacuar, mais água é retirada das fezes. Com isso o conteúdo fecal fica ressecado e endurecido. Assim, as fezes diminuem de volume, o esforço para defecar é maior e pode haver dor.

Por que ao evacuarmos diariamente a quantidade de fezes é maior do que quando evacuamos menos?

Há uma tendência a pensarmos que, se ficarmos alguns dias sem evacuar, acumularemos mais fezes e o volume será maior ao evacuar. No entanto, como as fezes vão sendo desidratadas (lembre-se de que o intestino grosso vai retirando a água delas) o seu volume fica menor.

O que causa a prisão de ventre?

As causas mais comuns são os hábitos inadequados. No entanto, é importante lembrar que existem doenças que podem levar à obstipação intestinal (ou intensificá-la) como em alguns diabéticos (neuropatia diabética), alguns tumores de intestino, hemorróidas, hipotireoidismo...

Muitas medicações também podem causar prisão de ventre.


Como fazer para ajustar o funcionamento intestinal?

Movimente-se!

Atividade física é bastante importante para fortalecer a musculatura abdominal e ativar o peristaltismo (movimento dos intestinos).

Se você tem contato com idosos que permanecem acamados, poderá verificar que eles tendem a ser obstipados. A falta de evacuação pode levar a um endurecimento tão importante das fezes que elas quase se transformam numa pedra. Chamamos isso de fecaloma. Muitos idosos são levados ao pronto-socorro para que esse fecaloma seja removido, e esse processo pode ser feito manualmente, o que é bastante desagradável e dolorido.

Para quem pratica Yoga, existe uma técnica chamada Nauli, que trabalha intensamente a musculatura abdominal, massageando os órgãos internos do abdômen. É um excelente exercício para quem precisa ativar o funcionamento intestinal.


Se deu vontade de evacuar, vá em frente!

Nunca segure as fezes, pois elas ficarão cada vez mais ressecadas.
Muitas pessoas, pela vida corrida, pela falta de hábito de ter um horário para evacuar, ou por estarem fora de casa, não permitem a si mesmos sentarem no vaso sanitário o número de vezes suficiente por dia para estimular a evacuação, ou para evacuar cada vez que tem vontade. Procure modificar isso.

Por que temos mais vontade de evacuar pela manhã?

Toda vez que ingerimos um alimento, ao chegar no estômago, ele dá um sinal para o intestino grosso funcionar. Esse aviso vai do estômago (gastro) para o intestino grosso (cólon). Chamamos esse estímulo de reflexo gastro-cólico. Esse estímulo ocorre em todas as refeições, mas costuma ser mais intenso pela manhã. Assim, muitas pessoas têm o hábito de evacuar pela manhã.
É comum a preocupação de alguns vegetarianos, questionando se é saudável evacuar várias vezes por dia. Sim, é saudável, desde que as fezes estejam com uma consistência adequada.

E se a vontade de evacuar não aparece?

Algumas pessoas não sentem a vontade de evacuar, ou não percebem quando ela aparece. É necessário, muitas vezes, criar um hábito para quem não tem. Se a vontade não existe, eduque-se para, todos os dias, permanecer algum tempo sentado no vaso sanitário, mesmo sem vontade. Isso ajuda a criar o condicionamento.

Beba água!

A hidratação é fundamental para não ressecar as fezes.

Como o intestino grosso tem função de retirar água das fezes, quando a ingestão de líquidos é menor, ele tende a retirar água mais intensamente das fezes. O ressecamento é inevitável.

O que vale é a hidratação. Pode ser água, suco, chá...

Coma fibras!

A ingestão de fibras é fundamental para o bom funcionamento intestinal.

As fibras são carboidratos não digeríveis, ou seja, elas passam por todo o trato gastrointestinal e chegam no intestino grosso.

Bactérias adoram fibras. O intestino grosso é o local do nosso corpo onde as bactérias existem em maior abundância.

Assim, quando as fibras chegam no intestino grosso, as bactérias começam a "trabalhar" nessas fibras, produzindo, dentre outras coisas, glicose. Essa glicose puxa a água para as fezes, fazendo com que o volume das fezes aumente e a perda de líquido delas seja mais lenta. Ou seja, as fezes ficam maiores, mais úmidas e macias. Isso é importantíssimo, pois o contado das fezes pressionando o interior do intestino grosso (a sua parede), gera a vontade de evacuar. Se essas fezes se tornam ressecadas, o estímulo delas na parede interna do intestino grosso é reduzido, o que diminui a vontade de evacuar.

Há tipos diferentes de fibras, sendo as que chamamos de insolúveis, as mais adequadas para executar uma função "laxativa".

A recomendação de utilizar verduras e frutas (mamão, laranja com bagaço, manga...) é bastante conhecida para quem é obstipado. O que vale a pena enfatizar aqui é o consumo de cereais integrais em grão.

Os alimentos refinados são péssimas escolhas para quem tem prisão de ventre. Eles estão presentes em diversos alimentos industrializados.

A forma mais simples e eficiente de eliminar a obstipação está na adoção de uma dieta composta exclusivamente por alimentos naturais e integrais. Na prática clínica, dentre os cereais integrais em grão, o centeio em grão e o milho (da espiga, não da lata) têm sido os mais eficientes para intensificar o trânsito intestinal. Utilize também o arroz integral, trigo em grão e a linhaça em grão.

Não se engane! Os produtos derivados dos grãos integrais, como o pão integral e o macarrão integral que encontramos nos mercados, não costumam ter uma quantidade adequada de farinha integral. Eles não têm os mesmos efeitos que o uso do grão.

O uso de farelos, especialmente de trigo também pode ser utilizado, mas você vai perceber, na prática, que se a sua alimentação for composta por cereais em grão, ele se tornará desnecessário.

A regra é simples: utilize o que é natural e integral. Retire o que é refinado e processado.

Utilize ameixa preta!

A ameixa preta (fresca, desidratada, ou o seu suco) contém um ácido chamado diidroxifinil isotina. Esse ácido estimula a movimentação (motilidade) dos intestinos.

Não se esqueça que o que vale na alimentação é o conjunto dela. O uso isolado de mamão, ameixa, farelo de trigo e semente de linhaça, por exemplo, pode ser uma boa opção para quem tem prisão de ventre, mas se a alimentação como um todo for natural e integral, o intestino funciona por si só. Geralmente, nesse caso, mesmo com hábitos inadequados (inatividade física e irregularidade para ir ao banheiro), a pessoa não consegue resistir ao estímulo para evacuar, pois ele se manifesta intensamente.

Cuide bem da sua flora intestinal!

Cerca de 30% das fezes são compostas por bactérias mortas.

Uma flora bacteriana intestinal adequada traz inúmeros benefícios para a saúde do intestino e do organismo como um todo.

A flora intestinal se modifica conforme o substrato que recebe. Uma flora benéfica adora compostos de origem vegetal. Compostos chamado de frutooligossacarídeos, como a inulina, são importantes para que bactérias benéficas permaneçam no intestino em boa quantidade. Alimentos como a escarola, alho poró e alcachofra são ótimos para fornecer esse composto.

O odor das fezes tem uma forte relação com a flora intestinal, e costuma ser mais ameno nos vegetarianos. Muitos vegetarianos que têm uma alimentação totalmente integral e natural não apresentam fezes com odor desagradável.

Algumas pessoas utilizam o que chamamos probióticos, que são bactérias benéficas que passam pelo trato gastro intestinal sem serem destruídas e colonizam o intestino grosso. Essa alternativa para melhorar a flora intestinal é válida, mas desnecessária para uma pessoa que conseguiu adotar uma alimentação integral.

Fique tranqüilo!

Para evacuar é necessário estar tranqüilo! O nosso sistema nervoso (parassimpático) tem uma ação importante no reflexo da evacuação.

Fazer coco com pressa não dá muito certo.

Calma aí! Tem 2 trenzinhos!

Já que é para evacuar, faça direito!

Quando evacuamos, inicialmente esvaziamos o conteúdo intestinal que está mais próximo do ânus. É o primeiro trenzinho!

Se você aguardar mais alguns minutos, o conteúdo de fezes, já formada, que estava mais para cima do intestino, vai descer. Esse é o segundo trenzinho!

Elimine os dois!

 

Fonte: www.alimentacaosemcarne.com.br

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Refluxo

Há alguns meses recebi um e-mail de uma leitora solicitando que abordasse esse assunto.

 

Apesar de não existirem estudos que fizeram comparações sobre a incidência desse problema entre vegetarianos e não vegetarianos, por ser um problema relativamente comum mesmo entre vegetarianos, vale a pena conversarmos sobre ele.


O processo digestivo

Quando ingerimos um alimento, ele desce pelo esôfago até chegar no estômago. O estômago contém enzimas digestivas e uma acidez bastante pronunciada. Esse ácido não deve voltar para o esôfago, pois isso causa lesões (feridas) no esôfago.

Assim, para proteger o esôfago do ácido, no final dele há uma maior pressão da sua musculatura que, contraída, impede que o ácido gástrico volte para o esôfago. A essa região chamamos esfíncter inferior do esôfago.

O retorno do suco gástrico para o esôfago é chamado de refluxo gastroesofágico (do estômago - gastro - para o esôfago). O refluxo é considerado um dos problemas mais comuns do tubo digestivo e pode se manifestar com diversos sintomas.

Sintomas do refluxo

Os principais sintomas que a pessoa que tem refluxo apresenta são:

- Azia;

- Regurgitação ácida;

- Queimação na "boca do estômago" que pode irradiar até a região do pescoço. Chamamos essa sensação de queimação retroesternal, por se localizar "atrás" do osso tórax, que chamamos esterno. Essa localização nada mais é do que o local onde o esôfago fica.

Quem tem dor de estômago deve fazer exames?

Nem sempre. A indicação de realização de exames deve ser feita pelo médico.

De forma geral, pessoas com menos de 40 anos de idade que apresentam queimação e regurgitação menos de duas vezes por semana, sem as manifestações de alarme (que descrevo à frente) e com as manifestações há menos de 4 semanas podem ser submetidas a um teste terapêutico, que consiste no uso de medicações específicas e modificações comportamentais (descritas à frente).


As manifestações de alarme

As pessoas que apresentam manifestações de alarme são as principais candidatas para realização de exames mais específicos.

As manifestações de alarme são:

- dificuldade para engolir;
- dor para engolir;
- anemia (provocada por pequenos sangramentos no esôfago);
- hemorragia digestiva e emagrecimento;
- história familiar de câncer;
- náuseas e vômitos;
- sintomas de grande intensidade e/ou de ocorrência noturna.

As manifestações atípicas

A ausência de sintomas típicos não exclui o diagnóstico da doença, pois a doença do refluxo pode se manifestar de diversas formas:

- com dor torácica que pode lembrar a dor cardíaca. Isso ocorre pois a dor no esôfago pode ser confundida com a dor no coração;

- com sintomas pulmonares, pois o ácido do estômago pode voltar para o esôfago e penetrar nos pulmões. Os sintomas, nessas condições, são: asma, tosse crônica, tosse com escarro sanguinolento, bronquite e pneumonias de repetição;

- com sintomas em ouvido, nariz e garganta, pois o suco gástrico pode atingir essas regiões ocasionando: rouquidão, pigarro, dor de garanta, sinusite e dor de ouvido;

- com sintomas na boca, por contato do suco gástrico, ocasionando: desgaste do esmalte dentário, mau hálito e aftas.

Quando é refluxo?

Os sintomas descritos anteriormente podem ser confundidos com outros problemas. Assim, quando a pessoa apresenta os sintomas por pelo menos duas vezes por semana, há cerca de quatro a oito semanas, são consideradas possíveis portadoras de doença do refluxo gastroesofágico.

Como fazer o diagnóstico?

O seu médico deve avaliar a necessidade de exames específicos que, associados ou não aos sintomas descritos, estabelecerão o diagnóstico.

A endoscopia é bastante utilizada. A pHmetria é considerado o melhor exames para evidenciar a presença do refluxo gastroesofágico.

Outros exames, em situações clínicas mais específicas podem ser utilizados, como o raio X contrastado de esôfago, exame cintilográfico e manometria.

O refluxo pode complicar?

Sim, pode! Existe uma forte correlação entre o tempo de duração dos sintomas e o aumento do risco para o desenvolvimento de câncer de esôfago (adenocarcinoma do esôfago) e alterações da sua camada interna resultando no que chamamos esôfago de Barrett (considerada uma condição de risco para o desenvolvimento de câncer).

A esofagite (inflamação no esôfago) pode favorecer o sangramento no esôfago e o seu estreitamento (dificultando a passagem do alimento).

TRATAMENTO

O objetivo do tratamento clínico é aliviar os sintomas, cicatrizar as lesões, prevenir as recidivas e as complicações decorrentes do refluxo.

Utilizamos, concomitantemente, as medidas comportamentais e farmacológicas (medicamentosas) para o tratamento.

Medidas comportamentais

As principais medidas comportamentais preconizadas são:

1) Elevar a cabeceira da cama 15 cm. Pela gravidade, isso dificulta o retorno do alimento do estômago para o esôfago. Essa elevação deve ser feita nos pés da cama e não colocando travesseiros para ficar com o tronco mais elevado;

2) Tomar cuidado com o uso de medicações que podem piorar o refluxo (colinérgicos, teofilina, bloqueadores de canal de cálcio, alendronato...);

3) Não deitar nas duas horas seguintes às refeições, pois com o estômago cheio e na horizontal o seu conteúdo pode voltar para o esôfago mais facilmente;

4) Não ingerir refeições com grande volume de alimentos, pois com o estômago mais cheio, o retorno do seu conteúdo para o esôfago é mais fácil;

5) Comer em posição ereta, pois ao comer curvado, além de perdermos um pouco da noção do enchimento do estômago, favorecemos o aumento da pressão no abdômen favorecendo o refluxo;

6) Não utilizar roupas e acessórios que apertem a região abdominal, pois isso pode aumentar a pressão dentro do abdômen favorecendo o refluxo;

7) Fracione as refeições. Com isso você consegue comer menores volumes por refeição;

8) Mastigue bastante os alimentos. Alimentos liquidificados e com mais saliva misturada são menos agressivos às regiões machucadas. A saliva contém uma substância chamada Urogastrona (ou Fator de Crescimento Epidérmico) que favorece o processo de regeneração do trato gastrointestinal e maior proteção contra o ácido do estômago;

9) Não fumar. O cigarro é um dos maiores irritantes do estômago que existem;

10) Manter o peso adequado, pois a obesidade aumenta a pressão dentro do abdômen empurrando o estômago para cima, o que favorece o refluxo;

11) Reduzir ou preferencialmente não utilizar alimentos que reduzem a pressão do esfíncter inferior do esôfago (favorecendo o retorno do conteúdo gástrico): café, mate, chá preto, bebidas alcoólicas, menta, hortelã, chocolate e alimentos gordurosos;

12) Reduzir ou não utilizar alimentos que irritem os locais já com lesão do trato gastrointestinal: condimentos picantes, refrigerantes, suco de frutas ácidas, tomate e outros alimentos ácidos;

13) Evitar alimentos que tenham um esvaziamento gástrico mais lento: alimentos gordurosos, mal mastigados, muito salgados ou doces e chocolate.

14) Evite alimentos que contenham corantes, estabilizantes, aromatizantes... A sua ação sobre o organismo é, muitas vezes, incerta podendo ser agressivos para o estômago e regiões machucadas do esôfago.

15) Se a refeição não estiver muito salgada, evite beber líquidos durante a refeição;

16) Se a refeição estiver salgada, utilize um pouco de líquido junto ou após a refeição;

Medidas Farmacológicas

Utilizamos medicamentos para reduzir a produção de ácido do estômago, ou menos comumente, medicamentos que neutralizam o ácido produzido. O seu uso por 6 a 12 semanas é recomendado.
Medicamentos que aceleram o esvaziamento do estômago também podem ser utilizados.

Cirurgia

Está reservada a situações onde o tratamento clínico não surte o resultado almejado.

 

Fonte: www.alimentacaosemcarne.com.br

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Questões sobre vacinação

Vacinação não tem relação direta com vegetarianismo, mas alguns vegetarianos têm se posicionado contra a vacinação de crianças embasados em textos que não apresentam fundamentação sólida para determinar tal conduta.

O objetivo desse texto é fornecer aos pais argumentos adequados sobre a decisão de vacinar ou não os seus filhos.

Texto escrito pelo Dr Orlei Ribeiro de Araujo (médico pediatra, infectologista).

Para acessar em PDF clique em: Questões sobre vacinação


Questões sobre a vacinação


Orlei Ribeiro de Araujo - médico pediatra

Uma pergunta que surgiu em um fórum vegetariano levantou uma preocupação: uma mãe gostaria de saber se existem vacinas veganas, e afirmava que não estava fazendo a vacinação de rotina em seu filho por ter tido a informação de que vacinas conteriam células de boi. Não é uma questão banal: a cada dia cresce o movimento anti-vacinação, e informações distorcidas como esta estão disponíveis em vários locais na internet, entre grupos religiosos e vegetarianos. O sentimento da comunidade médica é de apreensão, pois é evidente que estas pessoas, por não terem tido contato com as doenças que foram erradicadas pela vacinação, não sabem o que significa um surto de poliomielite ou sarampo. Não vemos mais crianças paralisadas, usando aparelhos para locomoção, ou cobertas de feridas de varíola (fotos abaixo). Desta forma, o fantasma das doenças ficou distante, e as pessoas passaram a temer as vacinas. Alegando motivos religiosos ou crenças pessoais, muitos pais têm impedido a vacinação de crianças nos Estados Unidos, e já existe um reflexo: nos estados onde basta um declaração dos pais para escapar da vacinação obrigatória, observou-se um aumento de 50% nos casos de coqueluche. Um surto de sarampo vitimou 34 crianças no estado de Indiana, cujos pais alegaram motivações religiosas para a não-vacinação. A triste síndrome da rubéola congênita, desaparecida há tantos anos, voltou a aparecer na Holanda em 2004: 29 gestantes foram infectadas. A rubéola congênita leva a graves malformações cardíacas e cerebrais. O surto teve origem em uma comunidade religiosa que se abstinha da vacinação. A decisão de não vacinar os filhos ou não se vacinar não é tão simples, pois tem conseqüências para outras pessoas fora da família.

vacinas1.jpg vacinas2.jpg
Fotos: crianças com seqüelas de poliomielite e lesões de varíola, doenças desaparecidas com a vacianação

Tentaremos esclarecer alguns dos questionamentos mais comuns das pessoas que se opõe à vacinação.

 

As vacinas contém células e outros produtos de origem animal?

De fato, a maioria esmagadora das vacinas têm, durante o processo de fabricação, contato com produtos de origem animal. Isto se deve ao simples fato de que as bactérias e vírus que causam doenças são parasitas obrigatórios de homens e animais. Para produzir vacinas, é necessário cultivar estes agentes em laboratório, e a maioria não se reproduz sem alguns nutrientes de origem animal. Assim, bactérias e vírus são cultivados em meios aos quais pode ser necessário acrescentar produtos como gelatina, aminoácidos, glicerol ou soro (parte líquida do sangue sem as células) de bois ou outros animais, como porcos, e até mesmo humano. Alguns vírus só se reproduzem em culturas de células (como o da pólio) ou em ovos (de galinha) embrionados, como o do vacina da gripe. Nas etapas subsequentes da fabricação, um exaustivo processo de filtração elimina estes produtos de origem animal, mas resíduos de proteínas podem permanecer. Um exemplo são as vacinas contra influenza (gripe), que podem conter resíduos de proteínas de ovo. Não permanecem células animais nas vacinas. Podemos afirmar que praticamente inexistem vacinas veganas, que utilizem apenas meios sintéticos para produção. Podemos considerar "veganas", de acordo com informações da literatura, apenas as vacinas contra hepatite B e contra Haemophilus influenzae da Merck Sharp e Dohme, e as vacinas tríplice acelular (difteria, coqueluche, tétano) e contra cólera da Aventis Pasteur, nas quais não há relato de uso de produtos animais na fabricação.

As vacinas contém produtos químicos que podem fazer mal à saúde?

Basicamente, as vacinas contém preservativos, que as mantém livres de contaminação, e adjuvantes, que são produtos que potencializam a resposta imunológica. Podem conter traços de antibióticos.

Houve uma grande preocupação com o preservativo timerosal, por conter mercúrio. Um artigo alarmista associou este preservativo da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) ao desenvolvimento de autismo em 12 crianças, em 1998, mas os autores foram obrigados a se retratar, devido à clara falta de evidências para esta afirmação. Sabemos, com segurança, que a quantidade de mercúrio acumulada no corpo uma criança com a vacinação completa está muito longe (cerca de mil vezes menos) da quantidade necessária para causar qualquer dano à saúde. De qualquer forma, este preservativo foi removido da maioria das vacinas. Os outros preservativos (fenol e fenoxietanol) nunca foram relacionados a nenhum problema sério, existindo apenas um relato de eczema possivelmente relacionado ao fenoxietanol.

O adjuvante mais utilizado é o hidróxido de alumínio, que pode estar relacionado a reações locais como vermelhidão e endurecimento no local da aplicação, sem nenhum relato de efeitos prejudiciais sérios.

Os antibióticos utilizados para evitar contaminação durante a produção (neomicina, polimixina B, entre outros) podem deixar resíduos nas vacinas. São antibióticos usados também em algumas doenças humanas, e os resíduos vacinais não trazem riscos, a não ser de reações locais (vermelhidão). Nunca foram documentadas reações sérias a estes resíduos.

É verdade que restos de fetos abortados são utilizados na fabricação das vacinas?

Não. Esta história tem origem na origem das linhagens de células diplóides utilizadas em culturas de vírus (como o da raiva, hepatite A e varicela) para produção de vacinas. Estas células, quando colocadas em meios de cultura adequados, se reproduzem indefinidamente. Duas das linhagens utilizadas atualmente ( denominadas MRC-5 e WI-38) são originárias de tecido embrionário de três fetos abortados nos anos 1960, doados para pesquisa. Nunca foram feitos abortos com o fim específico de produzir vacinas, e as células não estão presentes no produto final. Como existe a preocupação, por parte de pessoas religiosas, de serem cúmplices dos abortamentos que originaram as células nos anos 60 ao receber uma vacina, o US National Catholic Bioethics Center se manifestou sobre o assunto, de maneira bastante lúcida, concluindo que o uso destas vacinas não é cúmplice, e nem contrário à oposição religiosa ao aborto. As vacinas foram consideradas éticas pelos analistas católicos, por não existir vínculo causal nem temporal entre os abortamentos de mais de 40 anos atrás e a produção atual.

Os médicos escondem os efeitos colaterais das vacinas?

Não. A notificação de efeitos vacinais adversos é obrigatória em vários países, e são dados públicos. Uma boa revisão são os dados americanos da FDA (agência reguladora de medicamentos) e dos CDC (Centers for Disease Control, disponíveis em: http://www.cdc.gov/mmwr/PDF/ss/ss5201.pdf e http://www.fda.gov/

É verdade que as vacinas podem causar até morte e efeitos colaterais graves?

Vacinas são imperfeitas, como qualquer outro produto humano, e podem causar efeitos colaterais. A imensa maioria destes efeitos é leve. Uma compilação de 10 anos de registros dos CDC (1991-2001) mostra que, em mais de 1 bilhão e 900 milhões de dose de 27 tipos de vacinas aplicadas, foram notificados 11,4 relatos de efeitos colaterais possivelmente associados à vacinação em cada 100.000 doses aplicadas. Destes, a febre foi o relato mais comum (26%), seguida de dor, inchaço e vermelhidão no local da aplicação. 14,2% (1,6 casos a cada 100.000 doses) destes relatos eram de possíveis efeitos sérios (por definição, efeitos sérios são os que causam lesão permanente, hospitalização, risco de morte e morte). É importante ressaltar que a notificação não implica causalidade, existindo em princípio apenas a relação temporal. Todos os relatos de morte foram investigados, e a imensa maioria foi de crianças vítimas da Síndrome de Morte Súbita da Infância, não existindo vínculo causal com a vacinação. De 206 mortes possivelmente relacionadas à vacinação, apenas a morte de uma mulher de 28 anos, que apresentou um doença neurológica aguda (Síndrome de Guillain-Barré) após uma vacina anti-tetânica, foi considerada como causada pela vacina.

As vacinas de um modo geral são seguras, e o risco de efeitos colaterais é pequeno e imensamente compensado pelos benefícios.

"Como vegetarianos têm um modo de vida saudável e uma alimentação correta, não necessitam receber vacinas, que são anti-naturais e produzem alterações não-naturais no sistema imunológico"

Infelizmente, modos de vida e pensamentos corretos não nos tornam imunes à infecção. As vacinas provocam uma resposta natural, que é a formação de anticorpos contra um agente infeccioso e a memória desta resposta. A grande descoberta humana foi provocar esta resposta sem a necessidade de desenvolver a doença.

O que é "Herd Immunity"?

Este termo, freqüentemente utilizado em políticas de saúde pública, significa "imunidade em multidão," traduzindo a idéia de que, se todos são vacinados contra uma doença evitável por imunização, esta doença pode desaparecer. Uma pessoa não-vacinada pode trazer o vírus ou bactéria de volta para uma comunidade ou um país onde a doença já não se manifestava. Um bom exemplo são os casos de sarampo iniciados no Brasil em 2005, quando o vírus foi trazido da Ásia por um surfista. Duas crianças que adquiriram a doença, por terem viajado com o surfista em um vôo, eram irmãos que não foram vacinados por orientação de medicinas alternativas. ( http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI600760-EI715,00.html )

"Ao obrigar pessoas a tomar vacinas, os governos estão violando as liberdades individuais."

Esta discussão foge da área médica, mas existem algumas considerações: sabemos que as vacinas são necessárias para controlar doenças graves. A não-vacinação em massa pode provocar a morte e o sofrimento de milhões de pessoas. Uma pessoa que decide não se vacinar pode colocar em risco seus próximos e a sua comunidade, não sendo, portanto, uma atitude sem conseqüências. Devemos considerar que, ao abrir mão de alguns de nossos princípios e assumir um pequeno risco ou desconforto na vacinação, estaremos manifestando a preocupação com o próximo, desejando o bem-estar de todos.

A questão é mais complicada quando envolve a vacinação de crianças. Ainda que seja uma atitude egoísta, um adulto pode perfeitamente decidir não se vacinar, mas será que os pais têm o direito de negar aos filhos a proteção da vacina? O Estatuto da Criança e do Adolescente nos diz:

Art. 3º - "A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade."

Art. 7º - "A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência."

Do ponto de vista da proteção à criança, negar-lhe a vacinação pode ser considerado negligência. Não podemos estender à criança as nossas convicções, e sim respeitá-la como pessoa e pensar na sua proteção. É sempre melhor, ao invés de obrigar os pais a vacinar os filhos, informá-los dos riscos e convencê-los de que os benefícios os suplantam.

Um sugestão de leitura: "SOBRE VACINAÇÃO: SEIS CONCEPÇÕES ERRÔNEAS COMUNS" - disponível em

http://www.sbim.org.br/documentos/SobreVacinacao.doc

 

Fonte: www.alimentacaosemcarne.com.br

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Vegetarianismo em Pediatria

A dieta vegetariana pode ser seguida por crianças.

Esse texto foi publicado na Revista Diálogo Médico: Vegetarianismo em Pediatria

Autor: Dr Eric Slywitch

 

Não existem mais dúvidas de que a dieta vegetariana (DV) bem planejada é adequada para crianças. A adequação dietética não depende do ato de comer ou não carne, mas sim da forma de elaborar a alimentação sem ela.
Pelo desconhecimento do que é ou deixa de ser uma DV (inclusive sobre a inclusão ou não de ovos, leite e derivados - que também podem fazer parte da dieta vegetariana), alguns profissionais cometem erros conceituais e interpretativos sobre ela.


Os bebês de mulheres vegetarianas apresentam peso ao nascer semelhante ao de filhos de mães não vegetarianas. O peso desses bebês também atinge os valores esperados para nascimento (O'Connell e cols 1989, Drake e cols 1989, Lakin e cols 1998).


Alguns estudos antigos encontraram crescimento insuficiente em crianças seguindo uma DV. Esse achado foi evidente quando a dieta era muito restrita, como no caso de crianças macrobióticas, que não são necessariamente vegetarianas (VanDusseldorp e col 1996). Esse problema se chama falta de alimentação e não vegetarianismo.


Diversos estudos demonstraram que a DV adotada por crianças ovolacto-vegetarianas promove crescimento semelhante ao das não vegetarianas (Hebbelinck e Clarys 2001, Sabate e col 1990, Nathan e col 1997).


As DVs, inclusive veganas, bem planejadas satisfazem as necessidades nutricionais de bebês, crianças e adolescentes e promovem o crescimento normal (Messina e Mangels 2001, Hebbelinck e Clarys 2001, Mangels e Messina 2001).


As diretrizes para introdução de alimentos sólidos, assim como para o uso de suplementos de ferro e vitamina D são as mesmas para bebês vegetarianos e não vegetarianos (Mangels e Messina 2001).


As crianças veganas podem ter necessidade protéica ligeiramente maior que as não veganas (como as ovolactovegetarianas e as onívoras) devido à diferença de digestibilidade e da composição de aminoácidos das proteínas vegetais, mas esta necessidade protéica é atendida quando a dieta contém calorias suficientes e uma pequena diversidade de alimentos vegetais (Millward 1999, Messina e Mangels 2001, Food and Nutrition Board 2002).


A ingestão média de proteínas das crianças vegetarianas (inclusive as veganas) costuma obedecer ou exceder às recomendações, embora as crianças vegetarianas possam consumir menos proteína que as não vegetarianas (Nathan e cols 1996, Sanders e Manning 1992).


As dietas vegetarianas na infância e na adolescência podem criar padrões alimentares saudáveis para a vida toda e apresentar algumas vantagens nutricionais importantes. Crianças e adolescentes vegetarianos apresentam menor ingestão de colesterol, gordura saturada e ingestão maior de frutas, verduras e fibras que os não vegetarianos (Perry e cols 2002, Sanders e Manning 1992, Fulton e Hutton 1980).


O ponto de maior atenção na dieta vegetariana é a vitamina B12, motivo de inúmeras publicações demonstrando deficiência em adultos e crianças. Dessa forma é recomendado uma fonte segura para crianças e gestantes, principalmente. Consideramos fontes seguras: ovos, leite e laticínios. A maioria dos vegetarianos utiliza esses alimentos. No caso dos veganos a suplementação é a via mais segura para garantir o suprimento dessa vitamina.


A American Dietetic Association (ADA) e Dietitians of Canada consideram que: "Dietas veganas e ovolactovegetarianas bem planejadas são adequadas a todos os estágios do ciclo vital, inclusive durante a gravidez e a lactação. Dietas veganas e ovolactovegetarianas adequadamente planejadas satisfazem as necessidades nutricionais de bebês, crianças e adolescentes e promovem o crescimento normal" (ADA 2003).


O vegetarianismo também é incentivado pela American Heart Association (AHA), Food and Drug Administration (FDA), College of Family and Consumer Sciences (University of Georgia) e já que estamos falando em pediatria, Kids Health (Nemours Foundation).


A American Dietetic Association e Dietitians of Canada são enfáticas em afirmar que os profissionais da área de nutrição têm o dever de apoiar e encorajar os que demonstram interesse em seguir uma dieta vegetariana.

Os alimentos utilizados para a obtenção dos nutrientes numa dieta vegana são muito mais diversificados do que os utilizados por onívoros (Christel e col, 2005). Isso demonstra que a dieta vegana (estrita) não é restrita.

 

Bibliografia

Messina V, Mangels AR. Considerations in planning vegan diets: Children. J Am Diet Assoc 2001;101:661-669.

Hebbelinck M, Clarys P. Physical growth and development of vegetarian children and adolescents. In: Sabate J, ed. Vegetarian Nutrition Boca Raton, Fl: CRC Press; 2001:173-193.

Mangels AR, Messina V. Considerations in planning vegan diets: infants. J Am Diet Assoc 2001;101:670-677

Perry CL, McGuire MT, Neumark-Sztainer D, Story M. Adolescent vegetarians. How well do their dietary patterns meet the Healthy People 2010 objectives? Arch Pediatr Adolesc Med 2002;156:431-437.

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Fonte: www.alimentacaosemcarne.com.br

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Crescimento e desenvolvimento de crianças vegetarianas

Autor: Dr Eric Slywitch

Entrevista publicada no IPCE (Instituto de Pesquisa, Capacitação e Especialização)


- Estudos mostram que crianças vegetarianas, quando seguem uma dieta bem balanceada, não têm deficiência de crescimento em relação as outras. Basicamente quais os alimentos que não podem faltar em uma dieta vegetariana para crianças, garantindo assim seu desenvolvimento normal?

Diferente do que muitos imaginam, a dieta vegetariana não é composta por verduras e legumes. A base da alimentação é a mesma da dieta onívora. Os alimentos mais calóricos são preconizados como base da dieta.

Assim, a criança vegetariana utiliza todos os alimentos do grupo dos cereais (arroz, trigo, milho, centeio, cevada, pães, macarrões...), das leguminosas (todos os feijões e derivados), oleaginosas (após o primeiro ano de vida ou o terceiro, caso haja história de alergia familiar), as frutas, hortaliças (verduras, legumes e vegetais amiláceos - que para vegetarianos são classificados juntamente com as hortaliças, e não com os cereais) e óleos.

Para os ovo-lactovegetarianos o consumo de ovos e laticínios faz parte do cardápio.


- Como garantir os nutrientes necessários na fase da adolescência, período em que o crescimento rápido faz aumentar a demanda de vários nutrientes, dentre eles, a proteína?

Utilizando e variando os alimentos dos diversos grupos alimentares.

O único nutriente que pode estar ausente na dieta vegetariana, quando os ovos e laticínios não são utilizados, é a vitamina B12, que deve ser suplementada nessas condições.

O planejamento nutricional adequado fornece todos os nutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimento, segundo diversos artigos científicos publicados que, inclusive, demonstram que os adolescentes vegetarianos têm um cardápio mais diversificado do que os onívoros.


A deficiência protéica é um mito na dieta vegetariana, que não é suportada por inúmeras publicações científicas. Da mesma forma, a deficiência de ferro não é mais prevalente em os vegetarianos quando comparada com onívoros.

- Nesta fase de adolescência, além de ingerir os alimentos corretos, é necessário, tomar suplementos de nutrientes?

As diretrizes para suplementação na infância, assim como para todas as fases da vida são as mesmas para vegetarianos e onívoros.

A única diferença está no uso de vitamina B12, que deve ser sempre suplementada na infância, gestação e lactação, independente do uso de ovos e laticínios, assim como para os vegetarianos que se abstém do consumo desses alimentos.

- Crianças precisam de energia e, como a dieta vegetariana tende a ter menos calorias, quais os alimentos que poderão suprir esta necessidade?

As dietas vegetarianas tendem a ter menos calorias do que as onívoras, mas ultrapassam, sem nenhuma dificuldade, a necessidade calórica diária.

Lembre-se de que a dieta vegetariana não é composta por verduras e legumes, apesar desses alimentos fazerem parte do cardápio.

 

Fonte: www.alimentacaosemcarne.com.br

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