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Culinária

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Muffins e a magia do natal

bolinho-limao-papoula

Estou correndo contra o tempo essa semana, mas acho que esse é um comportamento generalizado no final do ano. Entre o trabalho, os projetos e os compromissos, ando me alimentando de vitamina de banana e ignorando solenemente a bagunça da minha casa. Pra agravar a situação viajo depois de amanhã e estou longe, longe de ter começado os preparativos pra viagem. Tudo que eu queria era me esconder embaixo dos cobertores e só sair de lá quando a fada da faxina tivesse passado, arrumado a casa, feito o jantar e preparado minha mala. Eu sei que a fada da faxina não existe, mas isso não me impede de sonhar com ela. Também queria que uma secretária com poderes mágicos fizesse o meu trabalho, escrevesse os artigos que tenho que escrever e respondesse meus e-mails. Eu sei, eu sei, secretária com poderes mágicos também não existe, mas é quase natal e tenho o direito de sonhar um pouquinho. Não tem gente que espera um velhinho vestido de vermelho aparecer?

Como não tenho muito tempo pra escrever hoje e essa é minha última oportunidade de postar uma receita aqui antes de pegar um avião rumo ao velho mundo, vou ser breve. Muffins de limão e semente de papoula. Leve, perfumado, delicado. Simplérrimo de fazer. Delícia com um cafezinho ou uma xícara de chá. Amém.

 

Muffins veganos de limão e semente de papoula

É essencial fazer esses muffins no dia anterior ao que você quiser degustá-los. O sabor e a textura melhoram 100% depois de uma noite de repouso na cozinha. Se você não encontrar iogurte natural de soja e não quiser tentar fazer  o seu em casa, pode usar um iogurte de soja de pêssego. Só não esqueça de adaptar a quantidade de açúcar, já que iogurte de fruta é super doce. O sabor ficará diferente, claro, mas acredito que fique bom também. Se alguém testar, por favor divida os resultados comigo. Eu tenho uma tolerância mínima pra doce então sempre uso 50% menos (às vezes 70% menos!) açúcar nas minhas sobremesas, em comparação às receitas convencionais. Se você acha que a doçura dos bolos tradicionais não tem nada de anormal use 1x de açúcar ao invés de ½ x, mas pelas caridades não me ofereça seus muffins que eu não como de jeito nenhum!

1x de iogurte de soja natural (não adoçado)

½ x de açúcar demerara

1/3 x de óleo de girassol

1cc de extrato de baunilha

raspas e suco de 1 limão

1x de farinha de trigo

1/3x de amêndoas em pó

2cs rasas de sementes de papoula

2cc de fermento

Aqueça o forno em temperatura baixa. Misture bem o iogurte, açúcar, óleo, baunilha, suco e raspas de limão. Peneire a farinha e o fermento sobre a mistura, acrescente as amêndoas em pó e as sementes de papoula e mexa delicademente com um batedor de arame (tipo fouet) até ficar homogêneo. Coloque forminhas de papel dentro de formas de muffin e despeje a massa com cuidado. Minhas formas são pequenas então usei 2cs (bem cheias) de massa pra cada muffin. Asse até passar no teste do palito e ficar ligeiramente dourado. No meu forno meia hora é suficiente, mas o tempo pode variar de acordo com o seu forno. Não esqueça: espere até o dia seguinte pra comer seus muffins. Rende 12 muffins (se suas forminhas forem do tamanho da minha, claro). Você também pode despejar a massa em uma forma untada e enfarinhada e fazer um bolo grande, ao invés de muffins, mas isso é bem menos divertido.

Fonte: papacapimveg.wordpress.com

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Você merece lasanha

minha-lasanha-preferida

Foi uma semana difícil. Daquelas em que nada dá certo e os problemas não param de se multiplicar. A nuvem negra foi tão pesada que atingiu até minha cozinha. Fiz um bolo de maçã que foi parar no lixo (apesar da minha consciência ter doído, como acontece sempre que desperdiço comida) e almocei paratha (um pão indiano) cru, pois a receita não deu certo e a massa não assou direito (depois do episódio do bolo, não tive coragem de estragar comida pela segunda vez na mesma semana). Torço pra que o culpado disso tudo seja o tal do inferno astral, já que meu aniversário está próximo. Mas sem querer esperar a mudança de idade pra ver o fim dessa onda de acontecimentos negativos, resolvi tomar meu destino em mãos e melhorar a situação imediatamente. Fazendo lasanha.

Às vezes tudo que você precisa é de um belo prato de lasanha pra esquecer a semana ruim e sentir alegria imediata. Não faço lasanha frequentemente. A verdade é que o reconforto em forma de massa e molho de tomate tem um preço: o prato é trabalhoso, demorado e deixa uma bagunça danada na cozinha. Quando penso em fazer lasanha, a imagem da pia coberta com panelas sujas acaba me fazendo desistir da idéia. Mas nas raras vezes em que resolvo ir em frente, me sento pra degustar o produto pronto e penso, com molho de tomate até as bochechas, que esse negócio é bom demais.  Anne então levanta a cara do seu pedaço e, com molho branco escorrendo pelo queixo, diz que eu devia fazer lasanha com mais frequencia. Isso, claro, até ela entrar na cozinha e descobrir que a pia se transformou em um Everest de louça suja. Bem, as lições a serem aprendidas aqui é que lasanha tem o poder de fazer seus problemas desaparecerem (momentaneamente) mas que isso vem com um preço (uma boa sessão de lavagem de prato).

Essa é a minha lasanha preferida, uma receita que criei alguns anos atrás e fui aperfeiçoando com o tempo. Fatias de beringela e abobrinha são grelhadas pra aumentar o sabor dos legumes, depois cobertas com espinafre, molho de tomate caseiro e um molho branco cremoso e perfumado com noz moscada. Tudo intercalado entre fatias de lasanha, que cozinham diretamente no molho e ganham um sabor ainda mais especial. Esse é o prato perfeito pra impressionar aquele comedor de carne que torce o nariz ao ouvir a palavra “vegetariano” e acha que vegano só come alface e broto de soja. Você precisa provar pra se convencer que é possível preparar um prato 100% vegetal, sem colesterol, com pouca gordura, cheio de fibras e nutrientes e absolutamente delicioso ao mesmo tempo. Como disse, é um prato que exige tempo, mas que vale a pena ser preparado de vez em quando. Afinal, você também merece lasanha.

 

Minha lasanha preferida (vegana)

 

Gosto de usar folhas de lasanha de espinafre (por isso na foto acima a massa é ligeiramente esverdeada), mas você pode escolher uma massa tradicional. No meu molho branco, uso creme de castanha de caju porque aqui não tem creme de soja, mas também porque acho mais interessante tanto do ponto de vista nitricional como gastronômico. Como sei que é mais prático usar um creme de soja pronto, adaptei a receita pra ser usada com esse ingrediente.

 

1 beringela média

2 abobrinhas médias

5-6 x de espinafre

8-10 folhas de lasanha (confira a lista de ingredientes na embalagem  pra ter certeza que não tem ovos)

azeite, sal e pimenta do reino

Molho de tomate

1 cebola grande picada

½ pimentão vermelho picado (opcional)

4 dentes de alho

4x de tomate picado

1cc de ervas desidratadas (uma mistura de alecrim, manjericão e orégano é ideal)

2cs de azeite

sal e pimenta do reino a gosto

Molho branco

½ cebola ralada

2 dentes de alho amassados

1cs de azeite

2 caixinhas de creme de soja (gosto do da Batavo)

1/3 cc de noz moscada (de preferência ralada na hora)

sal e pimenta do reino a gosto

 

Comece preparando os legumes grelhados. Corte a beringela ao meio no sentido vertical, depois corte cada metade em fatias de 2cm de espessura. Corte as abobrinhas em fatias de 1,5cm. Unte uma placa de fazer biscoitos (ou uma forma grande e rasa) com azeite e disponha os legumes em fatias. Regue com mais azeite (cuidado pra não exagerar), polvilhe sal e pimenta do reino e leve ao forno médio/alto até os legumes ficarem macio e caramelizados em alguns lugares (no meu forno 25 minutos são suficientes). Reserve.

Prepare o espinafre. Lave bem o espinafre e pique em pedaços pequenos. Aqueça um pouquinho de azeite em uma frigideira larga e despeje o espinafre picado. Mexa com uma colher de pau até as folhas murcharem um pouco e reduzirem de volume (não acrescente água). Não cozinhe demais o espinafre, lembre-se que ela continuará a cozinhar no forno. Desligue o fogo, tempere com sal a gosto e reserve.

Prepare o molho de tomate. Esquente o azeite e refogue a cebola até ficar transparente. Junte o pimentão vermelho, se estiver usando, e o alho e refogue mais dois minutos. Junte os tomates picados, uma boa pitada de sal e as ervas desidratadas. Cozinhe tampado, em fogo baixo, até os tomates se desintegrarem. Desligue o fogo, corrija o sal e junte uma pitada de piementa do reino. Quando o molho amornar, passe no liquidificador por alguns segundos, deixando uns pedaços de tomate inteiros. Verifique a quantidade de molho obtida. Você vai precisar de 600ml de molho de tomate pra fazer essa receita. Se tiver obtido um pouco menos, complete com água até atingir os 600ml (se tiver um pouco mais não tem problema). Isso também ajuda a afinar o molho. A massa não será cozinhada na água e sim no forno com os outros ingredientes,  por isso é importante que o molho não seja muito grosso. Reserve.

Faça o molho branco. Aqueça o azeite e refogue a cebola ralada e o alho amassado até ficar ligeiramente dourado. Junte o creme de soja, a noz moscada, um pitada de pimenta do reino e sal a gosto. Mexa bem e desligue o fogo. Reserve.

Aqueça o forno em temperatura média.

Monte a lasanha. Disponha os componentes (legumes, molho de tomate, molho branco e folhas de lasanha crua) sobre sua zona de trabalho (mesa ou bancada da pia), um ao lado do outro, pra facilitar a montagem. O ideal é usar uma travessa que meça em torno de 26cmx15cm. Vou dar as instruções pra montar a lasanha nessa travessa, se a sua for maior adapte as quantidades. Despeje um pouco de molho de tomate e de molho branco na travessa e espalhe cobrindo todo o fundo com uma camada fina de líquido. Disponha duas folhas de lasanha sobre o molho. Se necessário, quebre um pedaço da folha de lasanha pra que ela fique menor e caiba na forma (eu quebro 1/3 da folha-diminuindo o comprimento- e uso os pedaços quebrados pra cobrir os “buracos”). Cubra a massa com uma camada de molho de tomate e por cima disponha fatias de legumes grelhados e um pouco de espinafre cozido. Despeje colheradas do molho branco e repita a operação mais duas vezes, sempre nessa sequencia: folhas de lasanha, molho de tomate, legumes grelhados, espinafre e molho branco. Depois de colocar as últimas folhas de lasanha (eu uso 8 ao todo), as derradeiras camadas serão de molho de tomate e molho branco.  Cubra com uma folha de papel alumínio pra evitar que a lasanha resseque e asse até a massa ficar cozida. Espete com um garfo pra testar. Nos últimos 15 minutos, remova o papel alumínio pra lasanha gratinar ligeiramente. Tire do forno e deixe esfriar 5 minutos antes de servir. Serve 4.

Como esqueci de cobrir a travessa com papel alumínio, a última camada de molho evaporou e minha lasanha ficou um pouquinho ressecada em cima, como você pode ver na primeira foto.

lasanha

Essa foto, de uma lasanha que fiz tempos atrás na casa da minha amiga Cida em Londres, mostra como ela deveria ter ficado. Não lembro exatamente o que coloquei aqui, mas sei que tinha um molho de queijo vegano delicioso.

(Minha adorável esposa fotógrafa está me dizendo que essa foto não atinge o nível de qualidade do blog. Concordo plenamente com ela. Tirei a foto bem antes de ter começado a me interessar por fotografia e não estava tentando fazer uma foto bonita, só registrar o momento. Decidi publicar a foto aqui porque embora totalmente amadora, sempre que olho ela me dá água na boca.)

Fonte: http://papacapimveg.wordpress.com

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Substituindo os ovos

ovosDá pra veganizar praticamente qualquer receita que você queira. E se a tal receita pedir ovos, aqui vão várias alternativas para o uso deles.
Deixe as pobres galinhas em paz, e faça comidinhas veganas deliciosas simplesmente substituindo os ovos.

Saiba mais sobre a crueldade escondida por de trás dos ovos

Dicas e truques para substituir ovos:

Muitos livros de receita veganos aqui nos EUA já se utilizam das formas mais populares de substituir ovos: usando uma marca chamada Ener-G pra assar bolos ou outros doces, ou usando tofu mexido em vez de ovos mexidos, e usando o próprio tofu no preparo de quiches ou tortas. Mas há muitas outras opções que podem inclusive funcionar melhor, dependendo da receita.

• 1 ovo = 2 colheres (sopa) de amido de batata (bom pra dar liga)

• 1 ovo = 1/4 (xícara) de ameixa seca amassada

• 1 ovo = 1/4 (xícara) de purê de maçã (ótimo pra sobremesas)

• 1 ovo = 1 banana amassada: também ótimo pra sobremesas, mas o produto final vai ter uma textura grossa. Adicione 1/2 colher (chá) de fermento pra obter uma textura mais fina

• 1 ovo = 2 colheres (sopa) de água + 1 colher (sopa) de azeite + 2 colheres (chá) de fermento

• 1 ovo = 1/4 (xícara) de purê de batatas: ótimo pra dar liga em certas receitas

• 1 ovo = 1 colher (sopa) de semente de linhaça em pó misturada a 3 colheres (sopa) de água (deixe em fogo baixo até quase ferver). Excelente adição de ômega 3 à sua receita.

• 1 clara de ovo = 1 colher (sopa) de ágar-ágar em pó dissolvida em 1 colher (sopa) de água: bata a mistura, deixe esfriar na geladeira e bata de novo.

Lembre-se de que é importante escolher o substituto apropriado pra cada prato. Ameixa seca amassada não vai funcionar numa "omelete", e purê de batatas não vai ficar legal num bolo. Pense na função que esse substituto do ovo vai ter no prato que você está criando: ele está ali pra dar liga ou pra fazer crescer? - e pense no sabor do seu prato. Depois de algumas tentativas, mesmo que algumas não dêem certo, você vai encontrar pelo menos uma maneira bem legal de substituir os ovos em praticamente qualquer prato. Experimente!

fonte: brazilnut-nyc.blogspot.com
um blog vegano brasileiro em nova york

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A culinária dos mosteiros zen budistas

culinária ShôjinShôjin Ryôri, a culinária típica dos mosteiros zen budistas, tem o sentido de nutrição, saúde e força espiritual para os monges e praticantes de zen. É esse o tema abordado pela Monja Gyoku En em seu primeiro livro, O Zen na cozinha (Editora CLA, Coleção Sustentar, 128 páginas, R$ 30,00). Seguindo os ensinamentos do Mestre Dôgen - que no século 13 criou no Japão o Tenzô Kyokun ("Instruções ao cozinheiro Zen") -, a monja brasileira mostra que o coração da culinária Shôjin está na maneira de cozinhar, na apresentação dos pratos - simples porém refinados -, e na redução do desperdício. Com um texto leve, a autora apresenta dezenas de receitas e lembra que mais do que técnica, o importante é a atitude do espírito. O ato de cozinhar pode ser uma meditação, com atenção, respeito e reverência zen por toda forma de vida.

Leia mais …A culinária dos mosteiros zen budistas

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Alimento fonte de vida

rose_r1_c1.jpg Alimentação nos tempos modernos tem se tornado uma das, senão, a maior preocupação da sociedade atual.

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