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Como a visão de René Descartes sobre a consciência animal se compara com as descobertas biológicas modernas?

Descartes argumentou em 1637 que os animais são meras máquinas, desprovidos de sensação e compreensão, distinguindo-os dos humanos pela presença da razão e da linguagem. Para ele, a universalidade da mente humana, expressa pela capacidade de se adaptar a qualquer situação através de construções simbólicas, tornava os humanos incomparavelmente superiores. No entanto, estudos biológicos recentes, como os mencionados no artigo por Corballis (1991), demonstram que humanos e chimpanzés, por exemplo, compartilham cerca de 98% de sua herança genética. Embora essas descobertas não neguem a performance distintiva humana, elas desafiam a visão cartesiana radical ao sugerir que a diferença pode residir em uma pequena fração da carga genética e no processo evolutivo, em vez de uma ausência completa de consciência nos animais.


Fonte:  A_RESPEITO_DA_POSSIBILIDADE_DA_CONSCIENC.pdf
Este artigo explora a complexa questão da consciência animal, questionando a existência e os critérios para aferir tais estados em outras espécies. Inicialmente, o texto distingue entre experiência subjetiva (qualia) e autoconsciência, focando nas dificuldades epistemológicas de sua investigação. A análise critica a visão cartesiana de animais como meras máquinas e discute a insuficiência do comportamento manifesto como único critério. Por fim, o autor sugere que a complexidade do sistema nervoso e a linguagem simbólica, que se relacionam com a autoconsciência, poderiam oferecer caminhos mais frutíferos para a compreensão deste fenômeno esquivo, embora reconheça a ausência de uma resposta definitiva.
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