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Quais são as três principais visões sobre a consideração moral dos animais não humanos?

Existem três visões principais sobre a consideração moral dos animais não humanos:

  • Visões que negam qualquer consideração moral direta: Segundo essas perspectivas, o bem-estar dos animais não humanos não importa por si só. As razões para evitar prejudicá-los ou para ajudá-los estão ligadas a impactos indiretos em interesses humanos ou metas ambientalistas (como a conservação de espécies ou ecossistemas), e não ao benefício ou malefício direto para o próprio animal. Por exemplo, prejudicar um animal seria errado porque pode embrutecer a pessoa ou ter impactos negativos na saúde humana ou no meio ambiente.
  • Visões que concedem consideração moral, mas em menor grau: Estas posições reconhecem que o bem dos animais não humanos importa diretamente, mas defendem que importa menos do que o bem dos humanos. Elas admitem que o sofrimento animal é uma razão para evitar certas ações, mas que essa razão é mais fraca do que se humanos estivessem em risco de sofrer um prejuízo equivalente (ou até menor). Essas visões estabelecem hierarquias de valor, geralmente colocando os humanos no topo, ou atribuindo maior valor a seres cognitivamente mais complexos.
  • Visões que defendem igual consideração para todos os seres sencientes: Essas posições argumentam que todos os seres capazes de ter experiências positivas e negativas (sencientes) devem receber a mesma consideração. Prejuízos e benefícios de magnitude similar devem ter o mesmo peso, independentemente da espécie, características físicas, capacidades ou grau de relação com humanos. Para essas visões, a exploração animal é tão injusta quanto seria a exploração humana se os danos fossem similares, e a ajuda a animais em sofrimento (seja por ação humana ou causas naturais) deve ser tão importante quanto a ajuda a humanos em sofrimento equivalente.


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Fonte:  colecao-uma-jornada-pela-etica-animal-livro-1-discutindo-o-especismo-1.pdf
Este volume, parte da Coleção Uma Jornada pela Ética Animal: Do Básico ao Avançado, foca-se na discussão do especismo, que é a discriminação injusta contra espécies não-humanas. O autor, Luciano Carlos Cunha, doutor em Ética e Filosofia Política, analisa criticamente diversas tentativas de justificar a menor consideração moral dada aos animais não-humanos em comparação com os humanos. A obra explora argumentos que variam desde a importância da espécie em si, passando por características metafísicas ou capacidades cognitivas, até apelos à tradição, naturalidade da prática, autointeresse e a própria natureza da ética, refutando-os e defendendo uma igual consideração para todos os seres sencientes. O objetivo é desconstruir as bases do antropocentrismo e do especismo, evidenciando as falhas lógicas e éticas por trás dessas justificativas.
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