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Por que a causa animal deveria ser uma prioridade?

Resposta: A causa animal se qualifica como uma prioridade estratégica global com base em critérios objetivos de eficiência e impacto. Os principais argumentos para essa priorização são:

  • Gravidade Extrema: A grande maioria dos animais não humanos, seja na exploração industrial ou na natureza, vive vidas de sofrimento intenso e contínuo, culminando em mortes prematuras e frequentemente dolorosas. A situação dos animais em granjas industriais, por exemplo, é um destino de confinamento e privação que poucos humanos experimentam.

  • Quantidade Astronômica de Vítimas: Os números são de uma escala difícil de compreender. Anualmente, estima-se que entre 34 a 54 trilhões de animais (incluindo vertebrados e invertebrados) são mortos pela exploração humana. Além disso, a população de animais sencientes na natureza é estimada entre 1 a 10 quintilhões. Para visualizar essa desproporção, considere estas analogias: se a população de animais na natureza fosse uma folha de papel A4, a população humana seria um único ponto feito por uma caneta; se o tempo fosse um ano, a população humana representaria apenas 0,25 segundos.

  • Alto Grau de Negligência: A causa animal é massivamente ignorada em comparação com sua escala. Nos Estados Unidos, por exemplo, 97% de todas as doações de caridade são destinadas a causas humanas. Os 3% restantes são divididos entre causas ambientais e animais, com a causa animal recebendo a menor parcela. Essa desproporção significa que cada recurso adicional investido na causa animal tem um potencial de impacto muito maior.

  • Prioridade Mesmo Sob uma Ótica Especista: A escala do problema é tão vasta que a causa animal se mantém como prioridade mesmo para quem atribui um valor muito maior ao sofrimento humano. Se o sofrimento humano importasse milhões de vezes mais, a quantidade de vítimas animais — na casa dos quintilhões — ainda tornaria seu sofrimento agregado uma prioridade matemática em comparação com os 8 bilhões de humanos.

  • Tratabilidade: Apesar da escala do problema, existem ações concretas e viáveis para resolvê-lo. Indivíduos podem reduzir ou eliminar o consumo de produtos de origem animal, e a sociedade pode investir no desenvolvimento de alternativas, como a carne cultivada. Além disso, a promoção de mudanças legislativas e a educação para combater o especismo (a discriminação baseada na espécie) são estratégias tratáveis com potencial de impacto de longo prazo.

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Fonte:  COLEÇÃO UMA JORNADA PELA ÉTICA ANIMAL DO BÁSICO AO AVANÇADO VOLUME 8

Este texto, parte da Coleção Uma Jornada pela Ética Animal, volume VIII, escrito por Luciano Carlos Cunha, propõe um exame rigoroso e eficiente do ativismo em defesa dos animais. A obra dedica-se a estabelecer critérios práticos para que ativistas possam selecionar as causas e problemas mais urgentes, além de avaliar a eficácia das estratégias de ação. Um tema central é a extrema negligência sofrida pelos animais não humanos, especialmente aqueles explorados para consumo e os que sofrem na natureza, indicando que a causa animal atende aos critérios de prioridade devido à imensa escala de sofrimento envolvida. O livro também explora debates estratégicos cruciais, como a eficiência de focar no veganismo versus na redução do consumo, a polêmica das regulamentações de bem-estar animal, e a crescente importância da carne cultivada como uma solução tecnológica para mitigar a exploração.
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