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Dennis Zagha Bluwol
Reflexões sobre os movimentos “ambientalistas” e de “libertação animal” sob a ótica do conceito de “natureza” em tempos de capitalismo.
Eng. Alfredo Akira Ohnuma Jr.
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Sobre os Movimentos de Proteção
do Meio-Ambiente
Autor: Dennis Zagha Bluwol, Geógrafo
dennis@guiavegano.com

Sobre os Movimentos de Proteção do Meio-Ambiente

Hoje, com tantos movimentos ambientalistas ativos, ainda continuamos com os problemas ambientais se agravando cada vez mais. Isso se dá, logicamente, pela força das empresas, porém também pelo caráter destes movimentos, pois a maioria não tem uma visão mais centrada sobre o funcionamento do mundo moderno, ou seja, uma reflexão conceitual que permita compreender a realidade em suas relações mais profundas, no que podemos considerar por essência da realidade, num nível de análise diferente da aparência mais superficial.

Tais movimentos, se pretendem realmente uma transformação no modo como a humanidade se porta em relação ao resto da natureza, necessitam primeiramente acabar com esta divisão homem-natureza, que, como vimos, é uma falsa visão que serve como meio de alienar o ser humano do que necessita para sua sobrevivência, além de ser uma alienação de cunho ideológico que não permite que se perceba com facilidade o modo como a exploração da natureza ocorre com a finalidade de servir àqueles cujo interesse é o acumulo de capital.

Além disso, cabe aos movimentos ambientalistas sempre lembrar que quando se briga por algo específico não se deve esquecer o todo que gerou este problema. Por exemplo, quando se briga pelo massacre de algum animal, não se deve esquecer que quem o está matando pode estar fazendo isto por um salário, pela sua necessidade de dinheiro para sobreviver, portanto há alguém o explorando e há todo um sistema de exploração montado que explora a natureza com um todo, seja um animal como uma baleia ou uma tartaruga, seja o trabalhador que é obrigado a matar estes animais para ter sua remuneração que trocará por comida, roupas e outras necessidades básicas. Não estou querendo justificar a caça a estes animais, fato que repudio e que creio que se deva sempre lutar contra, porém, estou mostrando que a briga é muito mais ampla. Brigar contra os navios baleeiros é válido desde que se brigue também contra todo o modo de produção que gera a caça de animais em nome da acumulação de capital sem se preocupar com os danos causados ao meio ambiente ou à vida destes seres sensíveis: o modo de produção capitalista.

Neste momento cabe fazer uma pequena ressalva: é lógico que em modos de produção não capitalistas também pode haver massacre de animais e destruição ambiental, mas o que tento mostrar é que enquanto houver Capitalismo, cujo objetivo é o acúmulo de capital baseado na exploração da natureza (inclui-se aí o ser humano enquanto força de trabalho), não será possível uma real transformação no modo como a humanidade se relaciona com o resto da natureza. O Capitalismo não irá deixar de explorá-la, pois a exploração é a espinha dorsal do Capitalismo.

Grande parte dos movimentos ecológicos atuais não é contra o modo capitalista de produção, e muitos são até parceiros, tendo apoio da chamada iniciativa privada, ou seja, as empresas capitalistas. Isso se dá pois a principal luta deles é a conservação dos recursos que o homem destrói e que servem de matéria-prima para estas indústrias. Natureza para estes movimentos e indústrias é apenas uma fornecedora de matéria-prima e, portanto, deve-se conservá-la. Com isso, cria-se algo meio obscuro, pois no discurso destes movimentos (geralmente na forma de ONGs) a natureza é destruída por um homem despersonalizado e abstrato. Não se percebe (ou ao menos não se revela) que o que existe são homens concretos que são também explorados pelo mesmo interesse que se explora o meio ambiente. Esses movimentos acabam por apoiar o modo de produção capitalista (por isto são apoiados por ele), pois fazem com que seja conservada a matéria-prima para as indústrias e ao mesmo tempo são escondidas as relações cruéis contra os próprios homens, não se protestando contra o modo de produção como um todo. Esses movimentos podem ser chamados de “Capitalismo verde”, e são, infelizmente, a esmagadora maioria dos movimentos ditos “ambientalistas” ou “ecológicos” que possuem acesso ao grande público, principalmente no que diz respeito à veiculação de suas idéias nas grandes mídias, com o apoio financeiro da iniciativa privada ou do próprio governo estatal que, logicamente, também possui seus interesses capitalistas na exploração de seu território e de seus habitantes.

 


Índice
O Conceito de Natureza como forma de compreender a realidade
Sobre os Movimentos de Proteção do Meio-Ambiente
Sobre a “Libertação Animal” e o Veganismo
Conclusões propositivas





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