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                      Dennis 
                        Zagha Bluwol
                         | 
                     
                     
                        | 
                      Eng. 
                        Alfredo Akira Ohnuma Jr.    | 
                     
                    
                        | 
                      Ecoterra 
                         | 
                     
                    
                        | 
                      Paula
                            Schuwenck  
                         | 
                     
                   
                
                 | 
            
               Sobre
               os Movimentos de Proteção  
               do Meio-Ambiente 
                  Autor: Dennis Zagha Bluwol,
                  Geógrafo  
                  dennis@guiavegano.com 
                   
                
                Sobre os Movimentos de Proteção do Meio-Ambiente 
                Hoje, com tantos movimentos ambientalistas
                    ativos, ainda continuamos com os problemas ambientais se
                    agravando cada vez mais. Isso se dá, logicamente, pela força das empresas,
                  porém também pelo caráter destes movimentos,
                  pois a maioria não tem uma visão mais centrada
                  sobre o funcionamento do mundo moderno, ou seja, uma reflexão
                  conceitual que permita compreender a realidade em suas relações
                  mais profundas, no que podemos considerar por essência
                  da realidade, num nível de análise diferente
                  da aparência mais superficial. 
                   
                  Tais movimentos, se pretendem realmente uma transformação
                  no modo como a humanidade se porta em relação
                  ao resto da natureza, necessitam primeiramente acabar com esta
                  divisão homem-natureza, que, como vimos, é uma
                  falsa visão que serve como meio de alienar o ser humano
                  do que necessita para sua sobrevivência, além
                  de ser uma alienação de cunho ideológico
                  que não permite que se perceba com facilidade o modo
                  como a exploração da natureza ocorre com a finalidade
                  de servir àqueles cujo interesse é o acumulo
                  de capital.  
                   
                  Além disso, cabe aos movimentos ambientalistas sempre
                  lembrar que quando se briga por algo específico não
                  se deve esquecer o todo que gerou este problema. Por exemplo,
                  quando se briga pelo massacre de algum animal, não se
                  deve esquecer que quem o está matando pode estar fazendo
                  isto por um salário, pela sua necessidade de dinheiro
                  para sobreviver, portanto há alguém o explorando
                  e há todo um sistema de exploração montado
                  que explora a natureza com um todo, seja um animal como uma
                  baleia ou uma tartaruga, seja o trabalhador que é obrigado
                  a matar estes animais para ter sua remuneração
                  que trocará por comida, roupas e outras necessidades
                  básicas. Não estou querendo justificar a caça
                  a estes animais, fato que repudio e que creio que se deva sempre
                  lutar contra, porém, estou mostrando que a briga é muito
                  mais ampla. Brigar contra os navios baleeiros é válido
                  desde que se brigue também contra todo o modo de produção
                  que gera a caça de animais em nome da acumulação
                  de capital sem se preocupar com os danos causados ao meio ambiente
                  ou à vida destes seres sensíveis: o modo de produção
                  capitalista. 
                   
                  Neste momento cabe fazer uma pequena ressalva: é lógico
                  que em modos de produção não capitalistas
                  também pode haver massacre de animais e destruição
                  ambiental, mas o que tento mostrar é que enquanto houver
                  Capitalismo, cujo objetivo é o acúmulo de capital
                  baseado na exploração da natureza (inclui-se
                  aí o ser humano enquanto força de trabalho),
                  não será possível uma real transformação
                  no modo como a humanidade se relaciona com o resto da natureza.
                  O Capitalismo não irá deixar de explorá-la,
                  pois a exploração é a espinha dorsal do
                  Capitalismo. 
                   
                  Grande parte dos movimentos ecológicos atuais não é contra
                  o modo capitalista de produção, e muitos são
                  até parceiros, tendo apoio da chamada iniciativa privada,
                  ou seja, as empresas capitalistas. Isso se dá pois a
                  principal luta deles é a conservação dos
                  recursos que o homem destrói e que servem de matéria-prima
                  para estas indústrias. Natureza para estes movimentos
                  e indústrias é apenas uma fornecedora de matéria-prima
                  e, portanto, deve-se conservá-la. Com isso, cria-se
                  algo meio obscuro, pois no discurso destes movimentos (geralmente
                  na forma de ONGs) a natureza é destruída por
                  um homem despersonalizado e abstrato. Não se percebe
                  (ou ao menos não se revela) que o que existe são
                  homens concretos que são também explorados pelo
                  mesmo interesse que se explora o meio ambiente. Esses movimentos
                  acabam por apoiar o modo de produção capitalista
                  (por isto são apoiados por ele), pois fazem com que
                  seja conservada a matéria-prima para as indústrias
                  e ao mesmo tempo são escondidas as relações
                  cruéis contra os próprios homens, não
                  se protestando contra o modo de produção como
                  um todo. Esses movimentos podem ser chamados de “Capitalismo
                  verde”, e são, infelizmente, a esmagadora maioria
                  dos movimentos ditos “ambientalistas” ou “ecológicos” que
                  possuem acesso ao grande público, principalmente no
                  que diz respeito à veiculação de suas
                  idéias nas grandes mídias, com o apoio financeiro
                  da iniciativa privada ou do próprio governo estatal
                  que, logicamente, também possui seus interesses capitalistas
                  na exploração de seu território e de seus
                  habitantes. 
                 
                  
                   
                      Índice 
                        
                      O Conceito de Natureza como forma
                       de compreender a realidade 
                         Sobre
                       os Movimentos de Proteção do Meio-Ambiente
                        
                        
                      Sobre a “Libertação
                      Animal” e o Veganismo 
                        
                      Conclusões propositivas 
                   
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