TÓPICO:

Verdade, Linho, eu não tinha pensado nisso. Além do mais, se for para escolher um castigo para a humanidade, é bom pegar um que inclua os homens também!

E Regis, se eu não me engano o projeto foi proposto e iniciado no Reino Unido.

O que um amigo disse aí em cima a respeito do "parasitismo" que a sociedade exercita na carne animal é muito válido.

Para mim, é válido, até o consumo de carne, quando se é estritamente necessário. Por exemplo, se não houvesse NENHUM outro meio de eu me nutrir, numa ilha deserta, eu pescaria para não morrer. Sabe.... em cenários bem recheados de imaginação, eu não optaria por morrer só pq sou vegan. Acho sim que a vida do ser humano é mais valiosa que a de um animal, mas isso não significa que a deste último mereça menos respeito, porisso não apoio esse consumo desenfreado e principalmente desnecessário dos produtos de origem animal, que só lhes causa sofrimento.

Agora, voltando ao assunto de início, eu beberia sim o leite humano, como já disse, se fosse necessário à minha nutrição por ser a única fonte.

Meu namorado é ovo-lacto, eu estou na transição para vegan, e nós já chegamos a discutir a possibilidade de, se nos mudarmos para o campo dentro de alguns anos, ter uma vaquinha ou uma cabra, assim como algumas galinhas, e aproveitar o leite e os ovinhos originados por eles. Dentro da nossa visão, a ética moral não é agredida nesse caso, pois não estaríamos lhes causando sofrimento, pelo contrário, estaríamos lhes oferecendo carinho, comida, cuidados... como se fossem nossos companheiros de estimação.

Oq vcs acham a respeito? Estou interessada em ter visões diferentes para avaliar, refletir, e talvez mudar de ideia se for o caso.

Desculpa, mas pra mim mesmo essa visão romântica da "vaquinha livre num campo" ainda se enquadra na privação da liberdade do animal.
Se partirmos do princípio que os animais não são nossa propriedade, chegamos à conclusão que não temos o direito de "ter" um animal e utilizar sua produção (seja ela leite, ovos, mel, etc.) para nosso próprio benefício.
Os animais existem independente de nós, e não cabe a nós decidir o que deve ser feito com seus "produtos". A coexistência entre nós e os animais deve ser pacífica e não exploratória, assim como deveria também ser a relação entre os humanos. O grande problema é que o mundo está muito, muito distante de ser o ideal moral e eticamente, e por isso é muito difícil pra maioria das pessoas conseguir enxergar sentido e justiça nessas formas completamente distintas de postura.

Entendi bem Linho, acho muito compreensível sua forma de pensar.
Não sei qual o significado exatamente que vc dá à palavra "exploração", mas assumindo-a como sinônimo de "abuso", vou dizer como penso.

Vejo tudo e todos, incluindo animais, vegetais, minerais, como componentes de uma grande sociedade e acredito que nada nem ninguém pode ser considerado inútil. Acredito na utilidade de tudo oq existe. E assim como as abelhas fazem o mel (não estou minimizando sua utilidade a esse fato somente), eu realizo o trabalho, assim como as galinhas colocam seus ovos, eu penso e construo casas para proteger a mim, à minha família e aos animais tmb, por que não? Não vejo nada errado até aqui. Para mim o erro é iniciado no momento em que as utilidades de cada ser são direcionadas a um caminho que lhes provoca dor, sofrimento, angústia, desespero. O abuso de suas utilidades ganham minha reprovação.

Agora, se a palavra exploração tiver sido assumida por vc como "tirar utilidade de algo", então precisaria assumir que reprova também um cachorro ser treinado para guiar um cego, um cachorro ser incluído dentro de uma família e tratado como um de seus componentes (a utilidade nesse caso seria a de companhia), um cavalo servir de transporte a seu "dono" carinhoso, e o consumo dos próprios frutos e vegetais em geral... pois vc disse "qualquer tipo" de exploração.

O fato é que determinados animais já foram introduzidos no cotidiano do ser humano, e acredito diante dessa realidade podemos servir utilmente uns para os outros. O ser humano pode proteger, tratar do animal em suas doenças, abrigá-lo em dias chuvosos, dar-lhe afeto e se o animal colocar um ovinho de vez em quando, aproveitar sua utilidade nutritiva me parece muito sensato, assim como aproveito a de tantos outros alimentos que não passaram por um corredor opressor e sanguinário para chegar ao meu intestino.

Estou indo viajar, mas depois do Natal passo aqui para ver se mais alguém expôs sua maneira de entender as coisas.

Bom Natal para todos.

Olha, Thais, até entendo suas ideias, mas não concordo. Explicarei passo a passo o que acho errado em cada um dos seus argumentos.

É verdade que tudo é uma sociedade, que funciona em equilíbrio frágil; mas cada animal faz suas coisas para si, a não ser em casos específicos de cooperação. Primeiro, as abelhas fazem o mel para se alimentarem e construírem suas colmeias, assim como você realiza o trabalho para se alimentar e construir sua casa. Segundo, as galinhas colocam seus ovos para terem seus filhotes, assim como nós, fêmeas humanas, ovulamos.

Os cavalos foram domesticados há muito tempo e tiveram sua liberdade roubada, e agora são vistos como trem de carga, não como seres vivos e conscientes; mas são domesticados, não domésticos, e prefeririam - tenho certeza - viver livres no campo a ficar presos em currais. Já o consumo de frutas é natural (é para isso que elas servem); o animal come a fruta e espalha as sementes, sem afligir a árvore. Além disso, os vegetais não sofrem ao crescer nem ao morrer, portanto seu consumo não é exploração.

O fato de animais terem sido introduzidos no cotidiano do ser humano não diminui a EXPLORAÇÃO. Alguns deles fizeram isso por opção; lobos mansos, por exemplo, já na pré-história começaram a andar ao lado de humanos para comer os restos de comida, e tornaram-se cachorros ao longo dessa convivência milenar. Porém, outros animais começaram a ser criados ou então aprisionados pelos seres humanos quando nos era conveniente, como vacas e cavalos, sendo explorados e tirados do meio natural definitivamente sem ter tido a chance de escolher. Foram escravizados.

É verdade que os animais nos podem ser úteis, mas julgá-los por suas utilidades em vez de seus sentimentos é tratá-los como objetos. Eles têm consciência, sensações, sentimentos, emoções, necessidades e amor pela vida e pela liberdade, assim como nós. Enquanto as pessoas continuarem a pensar que devem explorá-los porque são úteis, eles nunca conhecerão essa liberdade. Pense nisso.

Assino embaixo.

Isso tudo é exatamente o que penso mas não consigo expressar pois minha capacidade de argumentação é horrível.

Boa Valéria!